A Polícia Civil do estado de São Paulo apreendeu uma carga de 138 quilos de skunk, droga conhecida como ‘supermaconha’, em um caminhão que trafegava na rodovia Fernão Dias, na região do Jaçanã, zona norte da capital paulista, no domingo, 19.
“Skunk é maconha. O que faz com que receba esse nome é o fato de essa planta conter uma quantidade muito maior de THC [substância psicoativa] que a maconha tradicional. Essa concentração maior de THC vem da mistura de diferentes plantas feitas exatamente para que a produção seja maior do principio ativo, que traz o efeito procurado de alteração da percepção e humor”, explica o toxicologista Daniel Junqueira Dorta, professor do departamento de Química da USP Ribeirão Preto.
“Quanto maior a concentração de THC, maiores serão os efeitos [da droga], tanto o efeito alucinógeno, que é bem comprovado para o THC, quanto para os outros efeitos. A maior concentração de THC levará a uma maior ativação dos receptores canabinóides, levando a efeitos sobre sistemas imunológico e circulação e podendo afetar o sistema psíquico. A dependência também pode ser afetada, há trabalhos que mostram que o aumento de THC pode levar a uma maior chance de o indivíduo se tornar dependente”, complementa Dorta ao explicar o que é a ‘supermaconha’ e como ela funciona de maneira mais intensa no usuário.
A apreensão feita no domingo ocorreu após uma investigação descobrir um esquema de transporte de drogas da Bahia para São Paulo.
Os investigadores descobriram o trajeto do veículo carregado com as drogas e realizaram monitoramento e campanas em pontos estratégicos.
Ao todo, foram localizados 240 pacotes com 138 quilos da ‘supermaconha’. Também foram apreendidos três celulares e uma pistola de pressão.
O motorista do caminhão, um homem de 51 anos, foi encaminhado à 2ª Dise, do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), onde permanece preso e à disposição da Justiça. O caso foi registrado como tráfico de drogas e apreensão de veículo.
Skunk: a droga cada vez mais sofisticada
O skunk, ou a ‘supermaconha’, como chamam os especialistas e destacou a SSP, não é uma novidade no Brasil. O consumo dessa droga já é registrada no país há alguns anos. No entanto, o desenvolvimento da tecnologia favorece a produção de drogas cada vez mais sofisticadas e com potenciais mais alucinógenos e de dependência química.
“Devido às novas técnicas de cultivo que estão cada vez mais sofisticadas, as plantas de maconha, hoje, estão aumentando consideravelmente sua potência quando comparamos com o que era comum encontrar de THC na planta nas décadas anteriores”, diz o toxicologista.
