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STF analisa liberação de Bolsonaro na reta final do julgamento

Não haverá surpresa no Supremo Tribunal Federal, no Palácio do Planalto e nem no Congresso se, em breve, o juiz Alexandre de Moraes suspender o decreto de prisão domiciliar de Jair Bolsonaro e, também, o uso obrigatório de tornozeleira eletrônica.

No tribunal discute-se a liberação do ex-presidente na reta final do julgamento. Entende-se que foi eficaz a mensagem ao réu sobre respeito e obediência às ordens judiciais. Agora, tem-se uma questão de prudência jurídica e política a ser resolvida: o acusado está preso em casa, controlado por algema eletrônica, na etapa da decisão processual.

Uma condicionante da resolução do problema é a guerrilha política contra o STF e o juiz Moraes. Ou seja, vai depender da duração e intensidade da desordem organizada pelos filhos parlamentares de Bolsonaro em parceria com meia dúzia de senadores e duas dezenas de deputados federais, quase todos do Partido Liberal.

Eles começaram a terça-feira improvisando um comício ao pé da rampa de acesso ao prédio do Congresso e, na sequência, atravessaram a noite empenhados numa ocupação simbólica dos plenários da Câmara e do Senado. Seguiram um roteiro sem originalidade, emulado nas táticas de guerrilha legislativa desenvolvidas pela bancada parlamentar do PT no impeachment de Fernando Collor, na oposição ao governo Fernando Henrique, e, depois, na autodefesa do mensalão, da Lava Jato e na campanha pela liberação de Lula da prisão.

Sóstenes Cavalcante, 50 anos, líder da bancada do Partido Liberal na Câmara proclamou com a solenidade possível sob o sol de meio-dia na seca do cerrado: “A partir de agora estamos nos apresentando para a guerra.” Foi aplaudido por três dezenas de acompanhantes que se espremiam no descampado para garantir uma vaga nas imagens transmitidas pelos canais de notícias.

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Alagoano de nascimento, integrante do núcleo extremista do Rio liderado pelo pastor evangélico Silas Malafaia, o deputado Cavalcante prosseguiu: “Se é guerra que governo quer, guerra terá. Não haverá paz no Brasil enquanto não houver discurso de conciliação, que passa pela anistia, pela mudança do fim do foro e pelo impeachment de Moraes…”

Não se conhecem todos os itens da lista de reivindicações dos “liberais” da extrema-direita, mas não seria incoerente se dela constassem pedidos como a derrubada do governo eleito em 2022 e a prévia garantia de impeachment de todo e qualquer juiz que algum dia decida contra os interesses políticos e econômicos do grupo chefiado por Bolsonaro.

Dias atrás, o deputado Cavalcante conseguiu aprovar uma “moção de louvor” a Donald Trump pelo tarifaço contra o Brasil, em apoio a Bolsonaro. Na sequência, comandou uma reunião parlamentares do PL empunhando a bandeira de campanha de Trump.
Apelavam à intervenção estrangeira para “livrar” o país da ditadura. Ontem, posaram para fotografias com bocas seladas por fitas plásticas em protesto contra a censura a que dizem estar submetidos. Alguns discursos, porém, atestaram que o Brasil continua sendo um país livre até para se falar bobagens.

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