O Spotify anunciou nesta quinta-feira (16) uma parceria com as principais gravadoras do mundo — Sony, Universal, Warner e Merlin — para desenvolver produtos de inteligência artificial que priorizem os direitos e a escolha dos artistas e compositores. A ideia é criar ferramentas de “IA responsável”, que respeitem direitos autorais e permitam que músicos decidam se querem ou não participar desse novo ecossistema tecnológico.
A plataforma não detalhou ainda como as ferramentas vão funcionar, mas indicou que o objetivo é garantir compensação justa quando músicas forem usadas em produções geradas por IA. O sistema deve permitir que artistas identifiquem quando suas criações são utilizadas em faixas criadas por algoritmos e recebam pagamento por isso.
Por que o Spotify está investindo nisso?
Nos últimos meses, o Spotify enfrentou críticas por permitir que bandas criadas inteiramente por IA se tornassem virais em seu catálogo, o que levantou questionamentos sobre o futuro da música e o espaço da criatividade humana. Em resposta, a empresa revisou sua política de conteúdo em setembro, restringindo uploads em massa de músicas sintéticas e adotando o padrão internacional DDEX, que rotula faixas criadas com o auxílio de IA.
A nova estratégia reforça a mensagem de que “os direitos dos músicos importam”. Em comunicado, o Spotify afirmou: “Algumas vozes na indústria de tecnologia acreditam que o direito autoral deve ser abolido. Nós não. Se a indústria da música não liderar este momento, a inovação com IA acontecerá em outro lugar, sem direitos, consentimento ou compensação”.
O mais que vem por aí?
A empresa também está montando um laboratório de pesquisa e desenvolvimento em IA generativa, com foco em criar tecnologias alinhadas aos princípios de escolha e transparência. Os primeiros produtos já estão em fase de construção, e o plano é expandir as ferramentas para incluir também outros detentores de direitos e distribuidores.
