Pressionado para decidir sobre a relatoria da CPMI do INSS, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), sinalizou a senadores que está entre três nomes para o posto – um deles é o de Elmar Nascimento (União Brasil-BA). A decisão, porém, não deve ser tomada no “afogadilho”, relatou o paraibano aos parlamentares.
Um dos participantes dessa conversa foi o senador Omar Aziz (PSD-AM), cotadíssimo para presidir os trabalhos da comissão mista de inquérito. Motta tem revelado sua preferência por um deputado de centro, apesar da ofensiva da oposição para emplacar o responsável pela missão.
Também esta semana, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), chegou a argumentar com Motta que, por definição dos regimentos das Casas e do Congresso, CPIs e CPMIs são instrumentos da minoria, em uma tentativa de persuadi-lo a ceder a relatoria à sigla de Jair Bolsonaro.
O Radar mostrou que, pensando que teriam essa prerrogativa, dois deputados do Partido Liberal que se apresentam como idealizadores da CPMI, Coronel Chrisóstomo (RO) e Coronel Fernanda (SP), disputavam, nos bastidores, quem relataria a investigação parlamentar. Foi em vão, e o argumento do líder da legenda não colou.
Sóstenes, então, sugeriu ao paraibano o nome de Mendonça Filho (União Brasil-PE) – um deputado considerado “isento”. Motta ouviu a recomendação sem se manifestar.
O presidente da Câmara pretende evitar que a comissão sobre corrupção no INSS vire palco para os opositores achincalharem o governo Lula. Por outro lado, também não simpatiza com a possibilidade de escalar um governista para o cargo. O objetivo é garantir que o colegiado tenha liberdade para investigar e não seja usado como ferramenta para blindar o Executivo.