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Sob o fantasma da China, Dalai Lama se prepara para compartilhar plano de sucessão

O Dalai Lama, líder espiritual do budismo do Tibete, discursará nesta semana, antes de seu 90º aniversário, enquanto seus seguidores aguardam que compartilhe os seus planos de sucessão. A movimentação, contudo, pode elevar as tensões com a China, que enxerga a região como parte do seu território assim como Taiwan. Pequim alega que escolherá o próximo Dalai Lama, o que é rejeitado pela liderança atual.

“Dedicarei o resto da minha vida ao benefício dos outros, tanto quanto possível, tão extensamente quanto possível”, disse o Dalai Lama nesta segunda-feira, 30. “Haverá algum tipo de estrutura dentro da qual poderemos falar sobre a continuação da instituição dos Dalai Lamas.”

Em declarações anteriores, o Dalai Lama já havia adiantado que o próximo líder pode ressurgir na Índia, onde vive exilado. Poderá ser um menino ou uma menina — ele, por exemplo, foi identificado como o renascimento de seu antecessor quando tinha dois anos. A crença budista do Tibete acredita que os monges reencarnam para continuar o legado espiritual.

Autoridades tibetanas disseram à agência de notícias Reuters que ele tem preparado a população para a sua morte, que colocará em prática sua decisão, tomada em 2011, de entregar seu papel político a um governo democraticamente eleito. O plano encerrará a tradição de 368 anos de ocupar a liderança religiosa e política ao mesmo tempo. Em contrapartida, os fiéis rezam por sua saúde — no ano passado, o Dalai Lama teve de ser submetido a uma cirurgia de joelho nos Estados Unidos. Seu antecessor morreu novo, aos 58 anos.

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China x Tibete

Em meio aos entraves com Pequim, a vice-presidente do parlamento tibetano no exílio em Dharamshala, Dolma Tsering Teykhang, também abordou os planos de sucessão do Dalai Lama, afirmando que a China tenta “tenta difamá-lo em todas as oportunidades”. O governo chinês, segundo ela, está “tentando criar regras e regulamentos sobre como ter a reencarnação do Dalai Lama em suas mãos”.

“A China está tentando se apropriar dessa instituição para fins políticos”, acusou ela. “Queremos que a encarnação do Dalai Lama nasça não apenas para a sobrevivência do Tibete como uma cultura, religião e nação distintas, mas também para o bem-estar de toda a humanidade.”

Thupten Ngodup, o principal oráculo do Tibete, informou que essas discussões não acontecem quando um monge ainda está vivo, mas a situação mudou de figura porque o “governo chinês está interferindo”. Em março, a China disse que o Dalai Lama era um exilado político que “não tinha o direito de representar o povo tibetano”. Além disso, Pequim afirmou que estava disposta a discutir seu futuro caso reconhecesse que o Tibete e Taiwan são partes inalienáveis ​​da China. A proposta, no entanto, foi negada pelo governo tibetano.

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