O corpo do empresário Adalberto Amarilio dos Santos Júnior, 35, foi encontrado, há exatamente um mês, em um buraco de três metros de profundidade e 45 centímetros de diâmetro numa área em obras do Autódromo de Interlagos, na zona sul de São Paulo. Apesar da carteira com dinheiro e objetos de valor estarem com ele, o homem foi encontrado sem sapatos e calça. Desde então, a polícia vem investigando em sigilo a morte, com a suspeita de que ele tenha sido assassinado. Confira abaixo as últimas informações oficiais.
Com grande repercussão, o caso começou a receber muitas especulações nas redes sociais. Na semana passada, por exemplo, circulou a informação de que uma testemunha-chave, que teria visto o crime ocorrer, havia sido encontrada pela polícia e ouvida, levando os seguranças do autódromo a se tornarem os principais suspeitos. No entanto, a polícia negou essas informações. “Não temos nada ainda quanto à autoria, nem suspeitos. Não tem novos laudos. E também não localizamos testemunha ocular”, disse o delegado Rogério Thomaz, chefe da divisão de homicídios do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa).
Segundo uma outra fonte ligada aos investigadores, o que de fato ocorreu foi que uma nova testemunha procurou a polícia, afirmando ter informações importantes sobre a morte. No entanto, o delegado a ouviu e não identificou nenhum elemento que pudesse ajudar nas investigações.
A equipe de reportagem voltou a falar com o delegado Rogério Thomaz na quarta-feira, 2, questionando-o sobre atualizações, mas ele explicou que ainda não há nenhuma novidade investigativa que possa ser divulgada. “O caso segue em segredo de justiça”, ressaltou.
Já a última nota oficial emitida pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) diz apenas que os laudos periciais ainda estão sendo concluídos e que nenhum pedido de prisão foi feito pelo caso até este momento. Além disso, a pasta diz que testemunhas continuam sendo ouvidas.
O falso boato de que os seguranças haviam se tornado os principais suspeitos do crime surgiu após os investigadores apreenderem os celulares de alguns coordenadores de segurança do autódromo na quinta-feira, 26. Os aparelhos estão sendo verificados, mas ainda não há informações oficiais quanto a um eventual envolvimento de nenhum deles no crime. A investigação pode tomar outro rumo caso as autoridades encontrem indícios de quaisquer envolvimentos.
Relembre o caso
O empresário do ramo de óticas Adalberto Amarilio dos Santos Júnior, 35, foi visto pela última vez na noite de 30 de maio, durante o Festival Interlagos 2025: Edição Moto, que ocorria no autódromo. Por volta das 19h40, ele conversou por mensagem com a esposa e foi em direção ao carro, no estacionamento, cerca de 200 metros do ponto principal do evento, mas não voltou para casa.
O corpo dele, no entanto, só foi encontrado na manhã de 3 de junho, por bombeiros e dentro de um buraco de três metros de profundidade e 45 centímetros de diâmetro. Ele estava preso na parte superior da fenda, sem sinais de ferimentos aparentes e com terra no rosto e nas vias respiratórias.
A polícia começou a suspeitar de que tenha ocorrido um homicídio porque a carteira com dinheiro, documentos, celular, aliança e capacete estavam no local. Faltavam apenas calças e tênis. Não havia sinais de queda, luta ou tentativa de fuga, e o local não apresentava vestígios de sangue.
As investigações apontam que a morte deve ter ocorrido entre 36 e 40 horas antes da descoberta do corpo, descartando a hipótese de morte no próprio poço. A delegada chefe do DHPP, Ivalda Aleixo, considera mais provável que o corpo tenha sido colocado no buraco depois da morte.
Exames toxicológicos e radiografias estão em andamento para identificar substâncias no organismo do empresário, possíveis sinais de violência interna ou tentativas de defesa. Os laudos já obtidos até o momento apontam que a causa da morte foi asfixia.
Além da hipótese de que ele tenha sido assassinado, a polícia também não descarta a possibilidade de que o crime tenha ocorrido após um golpe do “boa noite, Cinderela”, mas ainda não há nenhum indício concreto. As autoridades também acreditam que mais de uma pessoa esteja envolvida no crime.