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Sob mediação da China, Tailândia e Camboja aceitam fortalecer cessar-fogo e ‘paz regional’

A Tailândia e o Camboja concordaram em consolidar o cessar-fogo e reconstruir os laços de confiança, anunciou a China em comunicado nesta segunda-feira, 29, dois dias após os países aceitarem uma trégua mediada por Pequim. A declaração ocorre em meio a acusações de que os cambojanos têm violado os termos do acordo através de uma incursão de “mais de 250” drones, um incidente que pode colocar o futuro do acordo em risco. Por semanas, embates violentos na fronteira deixaram cerca de 100 mortos e dezenas de milhares de deslocados.

O cessar-fogo entrou em vigor imediatamente e congelou as posições das tropas de ambos os países. Bangkok também devolverá 18 soldados cambojanos capturados nesta terça-feira, 30, como parte da pausa nas hostilidades. Os lados planejam, ainda, cooperar nos esforços de desminagem e no combate ao cibercrime, além de permitir que moradores de áreas fronteiriças retornem às suas casas.

Ministros das Relações Exteriores da China, da Tailândia e do Camboja se reuniram nesta segunda na província chinesa de Yunnan para tratativas que devem se estender pelos próximos dois dias. “Ainda não resolvemos tudo, mas acho que estamos progredindo na direção certa e precisamos manter o ritmo”, afirmou o chanceler tailandês, Sihasak Phuangketkeow, em coletiva após o primeiro encontro.

Em entrevista à emissora local TVK, o ministro cambojano, Prak Sokhonn, disse que os lados das negociações não querem “voltar ao passado, o que significa que ninguém quer ver esses combates acontecerem novamente”, acrescentando: “Portanto, o importante é que este cessar-fogo seja permanente e seja rigorosamente respeitado e implementado”. Pequim, por sua vez, indicou que as conversas têm sido “benéficas e construtivas, e que um consenso importante foi alcançado”.

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Hostilidade histórica

O conflito que estourou em julho foi resultado de um aumento gradual nas tensões. No mês anterior, soldados de ambos os países trocaram disparos na fronteira, matando um militar cambojano. Isso levou a uma série de ações de retaliação por parte de ambos os governos, que desaguaram numa guerra. Após a intervenção de Trump, além de esforços diplomáticos da Malásia e da China, um cessar-fogo foi acordado — o republicano ameaçou suspender todas as negociações comerciais com o Camboja e a Tailândia até que houvesse um acordo de paz.

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Mas, no início de novembro, a Tailândia acusou o Camboja de instalar novas minas terrestres após a remoção de uma cerca de arame farpado. Na época, o porta-voz do Exército Real Tailandês, Winthai Suvaree, destacou que a retirada do alambrado “viola a declaração conjunta assinada e inevitavelmente afetará a posição da Tailândia e vários acordos”. O acordo foi, então, rompido por Bangkok. Phnom Penh, por sua vez, negou “categoricamente as alegações” e disse que estava “gravemente preocupado” com a decisão tailandesa.

“A maioria dos campos minados, remanescentes de quase três décadas de guerras civis no Camboja, nas décadas de 1970 e 1980, ao longo da fronteira entre Camboja e Tailândia, ainda não foi removida devido ao terreno acidentado e à falta de demarcação das áreas fronteiriças”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores do Camboja em comunicado.

Os países têm uma relação complexa há décadas, variando entre cooperação e hostilidade. Tailândia e Camboja compartilham uma extensa fronteira de 800 quilômetros, que foi definida pelos franceses quando Phnom Penh ainda era colônia. A divisa é palco frequente de disputas territoriais por locais históricos e templos — uma questão não abordada pelo acordo de paz de Trump — e de consequentes combates.

O Camboja já solicitou anteriormente uma decisão da Corte Internacional de Justiça (CIJ), principal órgão judicial da Organização das Nações Unidas (ONU), sobre as áreas disputadas. A Tailândia, contudo, não reconhece a jurisdição do tribunal e alega que a região nunca foi plenamente demarcada.

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