O Louvre, museu mais visitado do mundo, voltou a abrir as portas nesta quarta-feira, 22, três dias após ladrões roubarem joias avaliadas em 88 milhões de euros (mais de meio bilhão de reais), no que já é considerado o “assalto do século”. O crime, ainda não solucionado, levantou questões urgentes sobre as falhas de segurança na instituição, bem como em outros dispositivos culturais da França.
Visitantes formaram fila para entrar no museu pela imponente pirâmide de vidro em frente ao Louvre pela primeira vez desde o roubo ne domingo, quando, em plena luz do dia, homens encapuzados usaram uma plataforma elevatória roubada, equipamento usado por empresas de mudança para transportar móveis, para arrombar uma janela no segundo andar do edifício. Em seguida, eles fugiram em motocicletas com as joias da coleção real, em uma operação que durou menos de três minutos.
Mais tarde nesta quarta-feira, a diretora do museu, Laurence des Cars, comparecerá ao Senado francês para responder a perguntas dos parlamentares sobre o incidente.
A Galerie d’Apollon, o salão ornamentado e forrado de ouro onde estavam os inestimáveis objetos subtraídos, permanece fechada.
Em meio à crescente frustração entre os franceses pelo fato de nenhuma autoridade de alto escalão ter assumido a responsabilidade pelo crime, o ministro do Interior, Laurent Nuñez, admitiu que houve falhas claras de segurança, voltando atrás em uma fala anterior da ministra da Cultura, Rachida Dati.
“Houve um assalto ao Louvre, algumas das joias mais preciosas da França foram roubadas. Então, obviamente, foi um fracasso, não há mais nada que eu possa dizer”, disse Nuñez à rádio Europe 1.
Mas ele acrescentou: “O sistema de alarme funcionou perfeitamente, assim que a janela foi atacada, ele foi ativado. A polícia foi notificada e, em três minutos, estava no local. Todo o sistema funcionou, não falhou, mas o que aconteceu aconteceu.”
Ele se recusou a comentar sobre a operação policial para desvendar o crime, que conta com mais de 100 agentes, mas disse estar confiante de que os criminosos seriam encontrados.
Dati foi criticada após afirmar no parlamento, na terça-feira, que não houve nenhuma falha de segurança no Louvre. Depois disso, ela abriu um inquérito administrativo para investigar as circunstâncias do assalto.