counter Só 1% das empresas na B3 têm pessoas pretas na diretoria e 3% PCDs na liderança – Forsething

Só 1% das empresas na B3 têm pessoas pretas na diretoria e 3% PCDs na liderança

A presença de mulheres em cargos de comando cresceu no mercado de capitais, mas o topo das companhias listadas na B3 continua majoritariamente branco e sem PCDs. Estes são alguns dos destaques do estudo “Lideranças Plurais”, divulgado pela bolsa. A boa notícia é que a pesquisa mostra que 77% das empresas já cumprem o mínimo da regra prevista no Anexo ASG, um documento proposto pela B3 e aprovado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que passou a valer como regra neste ano e estipula que as empresas tenham ao menos uma mulher ou um integrante de grupo sub-representado no conselho ou diretoria.

O estudo analisou 341 empresas listadas na B3 e mostra que o indicador com maior evolução é o de mulheres em conselhos e diretorias: 65% das empresas têm mulher no conselho, ante 55% em 2021, e 46% têm mulher na diretoria, em 2021 eram 39%. “Esse dado chama a atenção, se considerarmos que o tema da diversidade passou a ser tratado como pauta estratégica por algumas empresas há poucos anos”, diz Flavia Mouta, diretora de Emissores da B3.

Apesar disso, o avanço é muitas vezes solitário para elas e mostra que ainda há espaço para avançar: 36% das empresas têm apenas uma mulher no conselho e 54% não têm nenhuma mulher na diretoria estatutária.

É natural que a melhora nos indicadores de diversidade de gênero se destaquem nas empresas, uma vez que essa é uma pauta que contou com maior tempo de maturação dentro das empresas, mesmo antes da divulgação do Anexo ASG, explica Flávia.  Mas a ideia foi a de ampliar a investigação. “A partir do Anexo, optamos por trazer o foco também para a diversidade em matéria de raça/cor para empresas que, possivelmente, não estavam engajadas nessa temática”, diz.

A partir dos resultados nos indicadores de diversidade de raça e  de deficiência, a conclusão é que  essas agendas ainda demandam maturação nas empresas. Apenas 17% das companhias declararam contar com pelo menos um integrante pardo em sua diretoria estatutária, e apenas 1% reportou a presença de pessoas pretas. Em 2024, esses números eram de 12% e 1%, respectivamente.  Contam com ao menos um membro PCD em seus conselhos ou diretorias estatutárias somente 3% das empresas no mercado de capitais.

Continua após a publicidade

Flávia reforça a necessidade de que as empresas tomem atitudes para mudar esses indicadores. “Para trabalhar esse assunto com as companhias, já produzimos, por exemplo, o Guia de Diversidade em conjunto com o Instituto Locomotiva, que pode ser útil para iniciar as conversas internas sobre o tema e se preparar para avançar”, diz. 

Barreiras como vieses inconscientes, baixa representatividade nas lideranças e desigualdades estruturais são os fatores que limitam o acesso de grupos sub-representados ao mercado de trabalho, diz ela. “Transformar a cultura organizacional de uma companhia exige tempo e comprometimento contínuo.”

Como funciona o Anexo ASG

O Anexo ASG segue  modelo “pratique ou explique”: quem não adota as medidas precisa justificar publicamente no Formulário de Referência. “O modelo preserva a transparência e permite que investidores considerem essas informações em suas decisões”, diz a diretora de Emissores da B3. Ela explica que as informações prestadas prestadas pelas empresas que não adotaram as medidas serão analisadas. ” A análise será feita individualmente de maneira qualitativa, com o escopo de verificar a apresentação de justificativa”, diz.

Continua após a publicidade

 

 

Publicidade

About admin