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Sírios celebram um ano após queda de Bashar al-Assad e iniciam reconstrução do país

Com bandeiras nas mãos e fogos de artifício iluminando o céu, os sírios saíram às ruas nesta segunda-feira para celebrar o primeiro aniversário da queda do regime de Bashar al-Assad, encerrando 53 anos de domínio da família al-Assad e quase 14 anos de guerra civil.

A ofensiva relâmpago de 11 dias que depôs o líder sírio em dezembro de 2024 marcou o fim de um conflito que começou como um movimento popular contra o regime em março de 2011, mas rapidamente se transformou em guerra total, deixando centenas de milhares de mortos e provocando uma das maiores crises de migração do mundo: cerca de 6,8 milhões de pessoas fugiram do país em busca de segurança.

O presidente Ahmad al-Sharaa, vestido com uniforme militar, participou da oração do amanhecer na Mesquita Omíada e prometeu reconstruir a Síria.

“De norte a sul, de leste a oeste, reconstruiremos uma Síria forte, digna de seu passado e de seu presente, apoiando os vulneráveis e promovendo justiça entre o povo”, afirmou al-Sharaa. Ele também inseriu um pedaço do pano da Caaba, presente do príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, dentro da mesquita, gesto simbólico de fé e renovação.

Paradas militares organizadas pelo Ministério da Defesa ocorreram em várias províncias, incluindo Hama, Homs e Deir Az Zor.

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Ao longo do último ano, o novo governo implementou medidas como o aumento do salário mínimo de servidores públicos e reparos na rede elétrica, permitindo, pela primeira vez em 15 anos, fornecimento contínuo de energia em cidades como Aleppo, Homs e Damascus.

Prisões históricas, que marcaram o período do regime anterior, como Sednaya e Mezzeh, foram definitivamente fechadas.

Apesar da celebração, a reconstrução do país segue como um desafio monumental. Aleppo, que até 2016 esteve dividida entre forças pró- e anti-Assad, sofreu danos severos que exigirão bilhões de dólares em investimento para reparos.

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O governo busca apoio internacional para reconstruir infraestrutura e estimular o retorno de refugiados, cerca de 782 mil pessoas já voltaram ao país no último ano, mas o alto custo de vida e a escassez de empregos dificultam a fixação de quem retorna.

Organizações internacionais mantêm apoio à transição política do país. O secretário-geral da ONU, António Guterres, reafirmou o compromisso da entidade em promover uma Síria livre, soberana, unida e inclusiva.

Especialistas, como Heiko Wimmen, do International Crisis Group, alertam que o governo de al-Sharaa deve focar na reconstrução econômica, reviver a vida política e convencer todos os cidadãos de que terão voz e lugar no processo de reconstrução.

A queda de Bashar al-Assad representa, para muitos sírios, a possibilidade de virar uma página histórica. Mas o país, marcado por anos de violência, enfrenta agora o desafio de transformar esperança em realidade, reconstruindo não apenas cidades e infraestrutura, mas também a confiança e o tecido social de uma nação profundamente ferida.

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