Em agosto passado, o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi), que tem como vice-presidente José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Lula, perdeu a eleição para compor o Conselho Nacional de Direitos da Pessoa Idosa (CNDPI), ligado ao Ministério dos Direitos Humanos.
O Sindnapi é uma das entidades investigadas pela Polícia Federal por envolvimento na fraude que desviou mais de 4 bilhões de reais dos aposentados e pensionistas do INSS. A entidade, apesar da gravidade das acusações, continua prestigiada.
Depois disso, uma diretora da entidade foi escolhida para participar de um evento promovido pelo Ministério dos Direitos Humanos, em Brasília.
Agora, a Comissão Eleitoral do Conselho Municipal de Direitos da Pessoa Idosa da cidade de São Paulo (CMI) divulgou a lista final das candidaturas habilitadas para a gerir o conselho no biênio 2026/2028. O Sindnapi, que já tinha assento no órgão, vai disputar um novo mandato.
Presidente do Sindnapi defende renovação de vaga no conselho
O CMI é composto por 30 membros titulares, sendo 15 eleitos pela sociedade e 15 indicados pelo poder público, além de 30 suplentes. Braz Ferreira, diretor executivo do Sindnapi, vai disputar uma das duas vagas destinadas às instituições que atendem pessoas idosas.
Sem qualquer constrangimento, o presidente do Sindnapi, Milton Cavalo, explicou em nota que a participação no CMI é importante pois “amplia os canais de atuação da entidade na luta pelos direitos dos idosos”.
O conselho, é bom ressaltar, tem a competência para acompanhar processos de elaboração de leis, denunciar violações e estabelecer diretrizes e prioridades políticas e financeiras para os idosos.
Enquanto isso, a CPMI do INSS continua tentando aprofundar a investigação sobre o sindicato e seus representantes. A bancada governista na comissão rejeitou a convocação do irmão de Frei Chico. Um acordo de bastidores, segundo um dos membros do colegiado, ainda impede o depoimento do irmão de Lula.
Os parlamentares acreditam que o esquema de fraudes e corrupção não poderia ter sido viabilizado sem a ajuda de atores políticos que teriam escancarado as portas do INSS aos golpistas.