A União dos Profissionais de Inteligência de Estado da Abin (Intelis) defendeu a demissão do diretor-geral da agência, Luiz Fernando Corrêa, indiciado nesta terça-feira pela Polícia Federal (PF) por tentar atrapalhar as apurações sobre uma estrutura paralela dentro do serviço secreto para espionar adversários de Jair Bolsonaro.
Em nota à imprensa, a Intelis afirmou ver com “indignação” a permanência de pessoas acusadas de obstrução de justiça à frente da agência mesmo depois do encerramento do inquérito da chamada “Abin paralela” e o indiciamento de toda a atual cúpula do órgão, “incluindo o atual corregedor”.
“É inadmissível que indivíduos sobre quem pesam acusações graves de obstrução de justiça continuem ocupando cargos de comando na Abin. O próprio diretor-geral afastou de cargos servidores orgânicos que eram apenas citados nas investigações. Pela mesma lógica, não pode ele próprio se manter no cargo máximo da agência, com poderes para seguir incorrendo nos alegados crimes”, afirmou a entidade.
A Intelis aproveitou para levantar, mais uma vez, sua principal reivindicação, de que a Abin seja gerida por servidores de carreira da inteligência de Estado.
“A Intelis reiteradamente alertou a sociedade e o governo sobre o absurdo de se impor mais uma gestão de delegados da Polícia Federal à frente da Abin, após escândalos protagonizados por gestões anteriores. Denunciamos, também, a nomeação de um delegado da PF para a Corregedoria em meio ao escândalo da ‘Abin paralela’, majoritariamente composta por policiais federais”, disse.