Na hora de escolher uma Champagne, é comum pensar imediatamente em uma das grandes marcas, que dominam o mercado e cujos nomes são conhecidos ao redor do mundo. Mas há muito mais para descobrir. Na tradicional região francesa conhecida pelos espumantes, mais de 100 Maisons, como são chamadas as empresas que produzem os rótulos a partir de blends, ou misturas. A diversidade de propostas entre elas é enorme. E é nesse cenário que está a Maison Lallier, marca com quase 100 anos que chega agora ao Brasil.
A Maison Lallier faz parte do Grupo Campari, que está presente no país com várias marcas, como a vodka SKYY, o bourbon Wild Turkey, o rum jamaicano Appleton Estate e até a cachaça Sagatiba. A casa de champagne, no entanto, é a primeira marca do portfólio de luxo a desembarcar no país, inicialmente com dois rótulos: o Brut e o Rosé.
Tradicionalmente, as casas de champagne têm um estoque de vinhos base de anos anteriores para que o blend final sempre representa o perfil aromático e de sabor esperado de cada rótulo, diminuindo assim o efeito particular de cada safra. No caso da Lallier, a proposta é diferente. A Maison criou o conceito de Refléxion, em que os rótulos são elaborados com ao menos 70% das uvas da safra do ano. O restante é composto de safras anteriores, nunca muito antigas. O R020, edição que está chegando ao Brasil, é elaborado com 81% de uvas da safra 2020, e os outros 19% vêm das safras de 2019 e 2018. O R020 é feito com 51% de chardonnay e 49% de pinot noir.
Todos os rótulos da Maison são produzidos com uvas de Aÿ, uma das regiões de Champagne certificadas como Grand Cru pela qualidade do terroir. A vila de Aÿ está localizada nas encostas voltadas para o norte do Vale do Marne. Tem solo de giz, elemento fundamental para a produção de uvas na região, pois permite boa drenagem, mas também funciona como um reservatório natural, liberando água aos poucos nos períodos secos. Além disso, reflete a luz solar, facilitando a maturação dos frutos. Com isso, as uvas mantém altos níveis de acidez, característica dos grandes espumantes.
Ao aliar o terroir com o conceito de Reflexion, o resultado é uma Champagne que foge do óbvio. “É um conceito totalmente diferente que faz com que não precisemos concorrer com os gigantes”, afirma Kennedy Nascimento, embaixador da marca no país.
A marca também chega com o apelo de ter sido servida na cerimônia do Oscar deste ano. Na ocasião, a Lallier fechou um acordo multianual com a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. “Esta parceria consolida a presença da Lallier em alguns dos eventos mais prestigiados de Hollywood, reforçando seu compromisso em celebrar a criatividade e a excelência tanto no cinema quanto na produção de vinhos”, diz o comunicado oficial.

Por enquanto, os dois rótulos serão vendidos com exclusividade na rede Varanda, em São Paulo. Os preços iniciais são agressivos, considerando a faixa em que esses rótulos costumam ser vendidos. O Brut custará R$ 430, e o Rosé, R$ 550. “Teremos também um calendário de ações até dezembro, sempre com pequenos grupos”, afirma Andrezza Gonçalves, responsável pelo portfólio de luxo do Grupo Campari. A Maison também deve entrar na carta de alguns restaurantes selecionados. A ideia é fugir dos endereços mais “hypados”. Outro desafio é ir além da Champagne como espumante para celebrações. “Queremos mostrar que é um vinho maravilhoso para ter à mesa. Mas é um trabalho de formiguinha para mudar essa percepção”, completa.
Dependendo do sucesso dos primeiros dois rótulos, a proposta é expandir o portfólio de luxo do Grupo Campari no Brasil, trazendo outras opções da própria Maison Lallier, bem como novas marcas ainda não disponíveis por aqui.