O Serviço Secreto dos Estados Unidos desmantelou nesta terça-feira, 23, uma operação de alta tecnologia, que tinha a capacidade de interromper redes celulares, nos arredores da sede das Nações Unidas, em Nova York, pouco antes da reunião de alto nível da Assembleia Geral da ONU. A rede secreta, que incluía mais de 100 mil cartões SIM e 300 servidores, tinha capacidade para interferir nos serviços de comunicação de emergência e mandar mensagens criptografadas.
“O potencial de interrupção das telecomunicações do nosso país representado por esta rede de dispositivos não pode ser exagerado”, disse o diretor do Serviço Secreto dos EUA, Sean Curran. “A missão de proteção do Serviço Secreto dos EUA é totalmente preventiva, e esta investigação deixa claro para potenciais criminosos que ameaças iminentes aos nossos protegidos serão imediatamente investigadas, rastreadas e desmanteladas.”
Em escala sem precedentes, o sistema poderia enviar até 30 milhões de mensagens de texto por minuto sem revelar a identidade do remetente. Os agentes, no entanto, não encontraram qualquer evidência de que a operação representava uma ameaça direta ao evento da ONU, informaram representantes do Serviço Secreto, sob condição de anonimato, ao jornal britânico The Guardian.
The Secret Service dismantled a network of more than 300 SIM servers and 100,000 SIM cards in the New York-area that were capable of crippling telecom systems and carrying out anonymous telephonic attacks, disrupting the threat before world leaders arrived for the UN General… pic.twitter.com/sZKUeGqvGY
— U.S. Secret Service (@SecretService) September 23, 2025
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Tensão na Assembleia Geral
A Assembleia Geral das Nações Unidas se reunirá nesta terça-feira, 23, em um contexto de divisões profundas: além das duas grandes guerras, em Gaza e na Ucrânia, e o recentes reconhecimentos do Estado da Palestina, atraindo a ira de Israel, o encontro ocorre no pior momento das relações entre Estados Unidos e Brasil. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estará no mesmo recinto, pela primeira vez desde o tarifaço, que o seu homólogo dos EUA, Donald Trump, que acusa o governo brasileiro de liderar uma “caça às bruxas” ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em todos os cantos da sede da ONU, em Nova York, o clima de tensão poderá ser sentido.
A reunião se estende até a próxima segunda-feira, 29, com tema de debate geral “Melhor juntos: 80 anos e mais pela paz, pelo desenvolvimento e pelos direitos humanos”. O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, abrirá a reunião. Em seguida, a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, começará os trabalhos, já que Berlim ocupa a presidência da Assembleia Geral. O Brasil será o primeiro país a discursar, uma tradição de longa data que remonta aos primeiros anos da ONU. Depois, virão os Estados Unidos, o segundo a discursar por ser o país sede da cúpula.