A coletiva de “Guerreiras do K-pop”, da Netflix, reuniu, em tom de festa, os diretores Maggie Kang e Chris Appelhans e o trio que forma o Huntr/x: Ejae, a voz de Rumi, compositora do hit do momento “Golden”; Audrey Nuna, a voz da Mira; e Rei Ami, a voz de Zoey.
Entre risos e bate-papo sinceros, revelaram o que vai guiar a continuação da animação: a dinâmica entre as três artistas nos bastidores orienta a construção das próximas cenas. Chris Appelhans brincou que assiste às conversas das cantoras “na vida real” e leva esse espírito para o roteiro; Kang emendou dizendo que já “enxerga tudo animado” quando observa o trio. Porém, Maggie Kang e Chris Appelhans já adiantaram que a animação deve ganhar continuações em razão do enorme sucesso (já é um dos mais assistidas da Netflix), mas nenhuma delas será em live-action (formato que utiliza artistas em vez de animação).
Formado por Ejae, Audrey e Zoey, o trio comentou sobre a rotina intensa de ensaios das músicas, especialmente “Golden” e “How It’s Done”, descritas como “verdadeiras maratonas de oito horas dedicadas ao aperfeiçoamento vocal”. Segundo as artistas, o maior desafio foi encontrar “o mesmo pulso” e cantar em perfeita sintonia, algo que acabou inspirando a equipe criativa a usar essa conexão entre elas como referência para as relações das personagens no filme. Essa passagem da cumplicidade em estúdio para a tela é justamente o que mais entusiasma os diretores para a continuação da animação.
Audrey Nuna revelou que “How It’s Done” foi a primeira música que ouviu do projeto. Segundo ela, a canção despertou lembranças da infância de fã, quando estava se apaixonando pelo K-pop aos 10 anos:
“Relembrei os verões com os meus primos. Eu era tão protegida crescendo musicalmente, mas eles traziam todo esse K-pop louco. Eles me apresentaram à YG Entertainment e ao 2NE1. E, sabe, BigBang. Eu desmaiei em um show do BigBang quando tinha 12 anos. Então, isso tudo realmente fez parte da minha formação para me tornar uma artista. Há algo em “How It’s Done” que tem essa energia feminina,muito, muito ousada e empoderadora dos anos de 2010, que, para mim, era algo muito atraente sobre o projeto. O que mais me toca é ver a cultura coreana sendo abraçada por diferentes gerações e contextos, um motivo de orgulho tanto para artistas quanto para fãs. Para quem já escondeu a marmita de kimbap na escola, ver esse universo celebrado numa tela grande tem um significado enorme.”
A trilha do filme, como se sabe, seguiu carreira própria: além do desempenho histórico nas paradas, com liderança em rankings como a Billboard e forte presença em streaming, as canções alimentam o engajamento nas redes. Nos bastidores, a equipe credita esse efeito à junção de melodias marcantes com uma narrativa que fala de identidade, pertencimento e amizades que acolhem o “lado estranho” de cada um. Aliás, a canção “Golden” foi indicada pela Netflix para disputar o Oscar de Melhor Canção Original. Especula-se também que o longa esteja entre os favoritos para ser indicado à categoria Melhor Animação.
A diretora Maggie Kang, durante a coletiva, também contou sobre como alguns nomes foram criados: Saja Boys, por exemplo, tem dois significados em coreano.
“A ideia dos Saja Boys surgiu muito cedo. Foi provavelmente dentro do primeiro mês de criação do conceito. Sempre quis o Jeoseung Saja, que é o ceifador da demonologia coreana. E eles são como os demônios gatos pretos que vemos no final e nos quais os Saja Boys se transformam. Saja também significa mensageiro. Então, Jeoseung Saja, é como o ceifador, mas também é o leão. Como eles têm duas caras, me pareceu uma maneira divertida de simplesmente nos aprofundar no jogo de palavras disso”, finaliza.