A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) atribuiu 1,35 bilhão de reais em descontos ilegais de aposentados e pensionistas à atuação de Antonio Carlos Camilo Antunes, apontado pela PF como o lobista “Careca do INSS”. Na CPMI que investiga o tema, a parlamentar afirmou que o valor corresponde a uma fração do valor total que teria sido desviado no esquema e pediu que a comissão busque os outros intermediários.
Prestando depoimento ao colegiado nesta quinta-feira, Antunes negou qualquer participação em irregularidades e afirmou que as procurações conferidas a ele por entidades associativas responsáveis por descontos tiveram início, meio e fim incompatíveis com a assinatura dos acordos de cooperação técnica (ACTs) com o INSS que teriam possibilitado os desvios.
“Nunca participei de intermediação de ACT. Todo trâmite de aprovação de ACT tem data, dia e horário. É só verificar e constatar que minhas procurações tiveram início, meio e fim. Eu não sou procurador vitalício de ninguém”, insistiu.
Os descontos que a senadora atribuiu a uma suposta atuação ilegal do “Careca do INSS” foram promovidos por meio de acordos da autarquia federal com:
- Associação dos Aposentados Mutualistas para Benefícios Coletivos (Ambec) – 500.989.635,00 reais;
- União Nacional de Auxílio aos Servidores Públicos (Unaspub) – 267.369.413,75 reais;
- Associação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (AP Brasil) – 137.011.939,12 reais;
- Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA) – 221.884.427,63 reais;
- Centro de Estudos dos Benefícios dos Aposentados e Pensionistas (Cebap) – 195.822.999,67 reais;
- Associação de Suporte Assistencial e Beneficente para Aposentados e Pensionistas do Brasil (Asabasp) – 22.930.006,65 reais;
- Associação de Amparo Social ao Aposentado e Pensionista (AASPA) – 6.099.147,93 reais.
Eliziane Gama também apontou em sua apresentação quem foi o diretor de Benefícios do INSS responsável por assinar cada um desses ACTs, registrando que mais de 95% dos descontos que ela atribui à atuação do “Careca do INSS” foram fruto de acordos firmados durante o governo Bolsonaro.
