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Senado dos EUA aprova projeto de lei de defesa que destina milhões à Ucrânia; entenda

O Senado dos Estados Unidos aprovou um projeto de lei de política de defesa no valor de US$ 901 bilhões (mais de R$ 4,9 trilhões) que permitirá que milhões de dólares sejam direcionados à Ucrânia. Com placar de 77 votos a 20, a medida recebeu apoio massivo de ambos os partidos. Trata-se de um gasto militar anual recorde, que também incluirá um aumento salarial de 4% para as tropas americanas, compras de equipamentos militares e esforços para aumentar a competitividade contra os principais rivais dos EUA, China e Rússia.

A Lei de Autorização de Defesa Nacional (NDAA, na sigla em inglês) para o ano fiscal de 2026 destinará US$ 800 milhões (R$ 4,4 bilhões) para o governo de Volodymyr Zelensky como parte da Iniciativa de Assistência à Segurança da Ucrânia. O montante será divido em US$ 400 milhões (R$ 2,2 bilhões) para os dois próximos anos.

Na contramão das vontades do presidente Donald Trump, a norma prevê o fortalecimento da segurança na Europa. Em documento recente divulgado pela Casa Branca, nomeado Estratégia de Segurança Nacional, o governo americano mostrava uma postura mais favorável à Rússia — assim como no plano de paz para a Ucrânia, considerado pró-Moscou por Kiev e aliados europeus — e estabelecia uma reavaliação dos laços entre EUA e Europa. O Senado, assim como a Câmara dos Representantes, é controlado por republicanos.

A legislação também dá sinal verde para a Iniciativa de Segurança do Báltico, que enviará US$ 175 milhões para apoiar a defesa da Letônia, Lituânia e Estônia — países que fazem fronteira com a Rússia. Ela limita, ainda, o poder do Departamento de Defesa — renomeado por Trump como Departamento de Guerra, embora uma mudança formal precise de aprovação do Congresso — para reduzir o número de tropas americanas na Europa em menos de 76 mil militares.

Além disso, impede que Comandante Europeu dos EUA renuncie ao título de Comandante Supremo da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Há, contudo, algumas vitórias para Trump: a medida prevê iniciativas voltadas para a “guerra cultural”, incluindo a proibição de mulheres transgênero de participarem de programas esportivos femininos nas academias militares dos EUA.

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+ Putin nega planos de guerra com a Europa e diz que ‘nível de histeria está aumentando’

‘Histeria’ da Europa

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta quarta-feira, 17, que não tem intenção de entrar em um conflito militar com a Europa — que acusa o Kremlin de lançar uma guerra híbrida contra o continente, uma estratégia que combina táticas militares com outras variadas, como campanhas de desinformação e ciberataques. A preocupação, segundo Putin, é sintoma de uma “histeria” europeia.

“No Ocidente falam em se preparar para uma grande guerra, e o nível de histeria está aumentando. As declarações sobre uma ameaça russa são mentiras. Buscamos cooperação mútua com os Estados Unidos e os estados europeus”, disse ele em um evento do Ministério da Defesa.

No início deste mês, Putin elevou o tom e advertiu que seu governo “não planeja entrar em guerra com a Europa; mas se a Europa entrar, estamos prontos agora mesmo”. A repórteres, o líder russo falou sobre “propostas inaceitáveis” para o fim da guerra com a Ucrânia, a caminho de completar quatro anos, e ironizou que os europeus “estão ofendidos por terem sido, por assim dizer, excluídos das negociações”.

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A nova declaração ocorre um dia após países do flanco leste da União Europeia (UE) assinarem uma declaração conjunta em que afirmavam que era imprescindível a priorização “imediata e urgente” das suas capacidades defensivas frente à crescente ameaça russa. O documento — elaborado por Suécia, Finlândia, Estônia, Letônia, Lituânia, Polônia, Romênia e Bulgária — também advertiu que a sensação de segurança “mudou de forma irreversível” pela invasão à Ucrânia e pelas incursões de drones atreladas a Moscou.

Desde setembro, drones romperam os céus da Polônia, Romênia, Estônia e Bélgica, parte do que a Europa entende como uma guerra híbrida. No final de novembro, caças romenos e alemães da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), principal aliança militar ocidental, foram enviados para a fronteira da Romênia com a Ucrânia em resposta a uma incursão de drones no espaço aéreo de Bucareste — classificada pelo seu governo como uma provocação russa, em nova escalada das tensões na região.

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