O Senado vai instalar nesta quarta-feira a Frente Parlamentar em Defesa da Exploração de Petróleo na Margem Equatorial do Brasil. Proposto por Zequinha Marinho (Podemos-PA), o grupo surge dias depois de o MPF ter apresentado ação à Justiça Federal para anular a autorização do Ibama para a Petrobras avançar com os estudos para exploração de petróleo na costa do Amapá.
“A Margem Equatorial pega um território de 2.200 quilômetros, que vai do Amapá até o Rio Grande do Norte, mas muito além de benefícios para os estados diretamente impactados, a exploração de petróleo será positiva para o Brasil”, afirma Zequinha Marinho.
O senador se ampara em estudos do Centro Brasileiro de Infraestrutura que indicam que a produção da região pode chegar a 1,1 milhão de barris por dia, com um pico de produção em 2029. O volume, se confirmado, equivaleria a um terço de toda a produção atual do país.
“A Petrobras tem dito que, se o país não investir em novas descobertas significativas, o Brasil poderá se tornar importador de petróleo já em 2034. No atual cenário de guerras, da pressão iraniana sobre o Estreito de Ormuz, é fundamental investir na pesquisa de novas áreas”, comenta o paraense.
Lucas Barreto (PSD-AP), que será vice-presidente da frente, diz que a ação do MPF mostra o “distanciamento da realidade” de procuradores do Amapá.
“A maioria, arrisco dizer, nunca viu a floresta de perto, jamais sentiu o calor da terra, o cheiro do mato, o silêncio de um rio a noite. Conhecem o Amapá por satélite, por fotografia, por documentos, mas não conhecem o povo, não conhecem a fome, não sabem o que é lutar por comida, por um posto de saúde, por um remédio, por uma escola, por uma estrada transitável”, critica Barreto.
Segundo seus comandantes, a frente parlamentar vai acompanhar o processo de liberação da licença no Ibama e desenvolver ações legislativas para apoiar e fortalecer a atividade petrolífera na Margem Equatorial. Zequinha Marinho e Barreto querem apresentar seu plano de trabalho ainda este mês, antes do recesso parlamentar.