A ministra das Relações Institucionais do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, Gleisi Hoffmann, jogou a responsabilidade pelo crescimento da dívida pública para o Banco Central diante do aumento da taxa básica de juros, a Selic. “A maior responsável pelo aumento da dívida pública continua sendo a taxa básica de juros de 15% ao ano, e não a despesa do governo, diferentemente do que a gente lê na mídia mais uma vez neste final de ano”, disse em suas redes sociais sem citar o nome do presidente do BC, Gabriel Galípolo, que em entrevistas recentes defendeu a política de juros.
A petista ainda usou termo “estratosférico” para se referir ao patamar atual dos juros. “Apontam um crescimento de 5% acima da inflação na despesa, mas querem ignorar que os juros estão 10% mais altos do que a inflação. Esses juros estratosféricos, que encarecem o crédito e limitam o crescimento, é que fazem crescer a dívida pública. Ao sugar recursos do Orçamento, os juros da dívida também comprometem a prestação de serviços públicos, os programas sociais e os investimentos do governo para o desenvolvimento do país”, afirmou no final da manhã desta segunda-feira, 22.
A maior responsável pelo aumento da dívida pública continua sendo a taxa básica de juros de 15% ao ano, e não a despesa do governo, diferentemente do que a gente lê na mídia mais uma vez neste final de ano. Apontam um crescimento de 5% acima da inflação na despesa, mas querem…
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) December 22, 2025
Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), chefiada por Galípolo, em 10 de dezembro, a Selic foi mantida em 15%, o que frustrou o governo Lula. A decisão foi unânime entre os membros do comitê, que informaram em comunicado que o atual patamar de taxa de juros deve permanecer por período prolongado.
Galípolo está no comando do BC desde 2025, quando substituiu Roberto Campos Neto, que foi criticado pelo presidente Lula e seus auxiliares desde que o PT voltou a governar o país. Ele foi, inclusive, chamado de “bolsonarista” por ter sido indicado pelo então presidente Jair Bolsonaro para o ocupar o cargo. Ao ser indicado, em agosto de 2024, Galípolo era diretor de política monetária do Banco Central. O mandato do atual presidente do BC vai até 2028.