O ministro Alexandre de Moraes, do STF, não avisou a ninguém do Executivo ou do Legislativo sobre o caráter da decisão sobre o decreto do IOF, mas deu indícios de que adotaria postura pacificadora e que procuraria zerar o game para que o diálogo e as negociações entre os Poderes fossem retomados.
O magistrado decidiu anular o decreto do governo Lula que estabelecia o aumento do IOF e o texto aprovado pelo Congresso para derrubar a iniciativa. Determinou ainda a realização de uma audiência conciliatória entre os Poderes para que chegassem a uma solução consensual. O encontro ocorrerá em 15 de julho.
Tanto membros do governo quanto da cúpula do Congresso garantiram que Moraes não emitiu alertas sobre o caráter de sua decisão.
Apesar disso, tanto pessoas próximas a Lula quanto interlocutores dos presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, afirmaram que o ministro já tinha dado pistas, em conversas reservadas, de que optaria por um desfecho que não colocasse nenhum dos Poderes como vencedor da batalha sobre o IOF.
Fontes ouvidas pelo Radar pontuam que o ministro vinha indicando aos interlocutores que colocaria a bola no chão para viabilizar um ambiente político mais favorável para a retomada do diálogo e da consequente construção de uma solução consensual que contemplasse ambas as partes.