O secretário de estado dos EUA, Marco Rubio, disse nesta quinta-feira, 4, que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, é “foragido da Justiça americana” e “narcoterrorista”. A declaração, feita durante uma visita de Rubio ao Equador, escala as tensões entre os dois países, já elevada pelo envio de navios e aviões de vigilância dos Estados Unidos à costa venezuelana.
“Nicolás Maduro é um traficante de drogas e um narcoterrorista, e não sou eu quem diz isso, é um grande júri no estado de Nova York que diz isso”, afirmou ele, acrescentando: “Não é um governo, nem um regime político. É uma organização terrorista do crime organizado que tomou conta de um território nacional.”
“Não estamos apenas perseguindo traficantes de drogas com lanchas… O presidente (Donald Trump) disse que quer travar uma guerra contra esses grupos (narcoterroristas)“, continuou.
Rubio também justificou um recente ataque americano a uma embarcação que supostamente transportava drogas da Venezuela e era tripulada por membros do grupo criminoso Trem de Aragua. Ele definiu o navio como “uma ameaça imediata”, informando: “Em vez de interceptá-la, por ordem presidencial, nós a explodimos. E isso vai acontecer novamente. A questão é que o presidente vai travar uma guerra contra as organizações narcoterroristas”. O regime Maduro, por sua vez, disse que o vídeo da explosão era feito por inteligência artificial.
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Trump x Maduro
A Casa Branca acusa Maduro de liderar o Cartel de los Soles e oferece uma recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à captura do chefe do regime chavista. Ele não só violou as leis de narcóticos americanas e tomou o poder de forma não democrática na Venezuela, mas também tem ligações com grupos criminosos, como o Tren de Aragua e o Cartel de Sinaloa, e comanda o Cartel de los Soles “há mais de uma década”, segundo o governo americano.
Em declaração recente, a secretária de Justiça dos EUA, Pam Bondi, informou que foram apreendidos US$ 700 milhões em ativos ligados a Maduro. Em meio a trocas de farpas, o líder venezuelano mobilizou 4,5 milhões de milicianos chavistas em todo o país, apresentando a medida como uma estratégia de segurança. As acusações logo escalaram para uma movimentação militar americana em direção à Venezuela.
Os navios de guerra USS Gravely, USS Jason Dunham e USS Sampson atuam desde o mês passado na costa venezuelana, também patrulhada por aviões de vigilância. Eles são acompanhados pelo destróier USS Lake Erin, capaz de disparar 122 mísseis, e pelo submarino USS Newport News, com ataque de propulsão nuclear.
Três contratorpedeiros, do grupo Anfíbio de Prontidão (ARG, na sigla em inglês), voltaram à região no final de agosto, depois de terem sido forçados a retornar aos EUA devido ao furacão Erin. As embarcações americanas poderão ser usadas para diferentes finalidades, de operações de inteligência vigilante a ataques direcionados contra a terra firme, disse uma autoridade à Reuters sob condição de anonimato.
Em paralelo, o avião Poseidon P-8, da Marinha tem operado a partir de San Juan, em Porto Rico, e tem conduzido voos circulares nos arredores de Aruba, no norte da Venezuela, para localizar semissubmersíveis, comumente usados pelo narcotráfico para transportar drogas para o México. De lá, os entorpecentes seguem para os EUA. Um Boeing E-3 Sentry também foi localizado na região, sendo empregado para localizar alvos de interesse.