O Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira, 18, que o Sistema Único de Saúde (SUS) vai iniciar um processo de modernização e uso de inteligência artificial com a criação da Rede Nacional de Hospitais e Serviços Inteligentes e Medicina de Alta Precisão. A iniciativa, que conta com a já anunciada implantação do primeiro hospital inteligente do país no Hospital das Clínicas da USP, prevê a implementação de 14 UTIs automatizadas e adoção de tecnologias em oito unidades hospitalares.
A meta da pasta com a inclusão de inteligência artificial e big data na rede pública é agilizar e dar precisão ao diagnóstico e à assistência aos pacientes. Segundo o ministério, a adoção de tecnologias dessa natureza é capaz de reduzir em até cinco vezes a espera por atendimento em situações de emergência.
“A implantação dessa rede nacional de serviços inteligentes tem um papel enorme para a saúde brasileira, que vai permitir que a população tenha acesso ao que tem de melhor em tratamento médico. E, além disso, também vamos produzir conhecimentos, pesquisas e contribuir para que o sistema de saúde seja um destaque global”, afirmou o ministro da Saúde Alexandre Padilha.
No caso das UTIs automatizadas, os serviços vão funcionar em hospitais selecionados pelo ministério nas cidades de Manaus (AM), Dourados (MS), Belém (PA), Teresina (PI), Fortaleza (CE), Recife (PE), Salvador (BA), Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Curitiba (PR), Porto Alegre (RS) e Brasília (DF).
“Serão serviços totalmente digitais, com monitoramento contínuo, integração entre equipamentos e sistemas de informação. A tecnologia auxiliará na previsão de agravos, apoiará decisões clínicas, otimizará avaliações e permitirá a troca de conhecimento entre especialistas em diferentes regiões. Também estarão conectadas a uma central de pesquisa e inovação”, informou, em nota, a pasta.
O hospital inteligente
Com investimento viabilizado pelo Banco dos BRICS e primeira etapa orçada em R$ 1,7 bilhão, o Instituto Tecnológico de Emergência do Hospital das Clínicas da USP, em São Paulo, deve iniciar suas operações em 2029 e tem sido chamado de “o primeiro hospital inteligente do Brasil”.
A proposta é oferecer aos pacientes do SUS uma estrutura com 800 leitos e capacidade de beneficiar 20 mil pessoas por ano utilizando tecnologia de ponta. “Inteligência artificial para triagem mais rápida e precisa; telemedicina para ampliar o acesso a especialistas; ambulâncias 5G com monitoramento em tempo real dos sinais vitais dos pacientes; e cirurgias robóticas e medicina de precisão”, enumera o ministério.
A estrutura foi idealizada pela professora titular de emergências da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Ludhmila Hajjar, referência nacional no tema. “O instituto tecnológico será um piloto para a medicina de alta complexidade no SUS, que levará atendimento de qualidade, com transformação, inovação e aplicação de tecnologias emergentes no cuidado dos pacientes. Nossa expectativa é trazer um modelo sustentável e replicável nacionalmente com conceitos de inteligência artificial e integração de sistemas.”
O acordo de cooperação para implementação do hospital foi assinado na última sexta-feira, 14, e Padilha vai oficializar a criação da unidade em cerimônia nesta quarta-feira, 19.
Modernização de hospitais
Outro anúncio feito pelo ministério foi de modernização de oito hospitais considerados de excelência nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
“A primeira fase contemplará, também na capital paulista, o novo hospital da Unifesp e, no Rio de Janeiro, quatro hospitais federais a partir de parceria com GHC, Fiocruz, UNIRIO e UFRJ. Além do Novo Hospital Oncológico da Baixada Fluminense (RJ) e do Instituto do Cérebro. No Rio Grande do Sul, será o Novo Hospital do Grupo Hospitalar Conceição (RS)”, disse a pasta.