A Secretaria da Saúde de São Paulo confirmou, neste sábado, 4, a segunda morte provocada por intoxicação de metanol no estado. A vítima é um homem de 46 anos, morador da capital paulista, que estava internado após consumir bebida alcoólica suspeita de adulteração.
Com a atualização, o estado já registra dois óbitos confirmados pelo consumo da substância tóxica, além de 162 notificações em investigação, sendo 14 já confirmadas (com duas mortes) e 148 ainda sob apuração. Entre os casos suspeitos, há sete óbitos em análise, quatro na cidade de São Paulo, dois em São Bernardo do Campo e um em Cajuru, no interior.
A primeira morte reconhecida oficialmente ocorreu em 16 de setembro, quando o empresário Ricardo Lopes Mira, de 54 anos, também morador da capital, não resistiu após ser internado com sinais de intoxicação. Ele havia passado mal no dia 12 daquele mês, depois de ingerir bebida alcoólica.
O governo estadual informou que a polícia investiga se as bebidas consumidas pelas vítimas eram falsificadas, adulteradas ou se o metanol foi usado de forma irregular, como na limpeza de garrafas reutilizadas. O produto, altamente tóxico, é empregado de forma legal em processos industriais, mas seu uso em bebidas é proibido.
Mais cedo, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), havia informado que o país contabilizava apenas uma morte confirmada por metanol, a do empresário de 54 anos. Durante a coletiva, Padilha anunciou a aquisição emergencial de antídotos para atender pacientes intoxicados. Segundo especialistas, a administração rápida de fomepizol ou etanol intravenoso pode evitar danos graves, como cegueira, insuficiência renal e morte. O Brasil, porém, não dispõe de estoque regular desses medicamentos, que precisam ser importados.