Em seu evento anual Meta Connect 2025, na Califórnia, a Meta lançou uma nova e ambiciosa linha de óculos inteligentes, consolidando sua parceria com a Ray-Ban e expandindo-a para a Oakley. O principal destaque é o Meta Ray-Ban Display, os primeiros óculos da Meta com uma tela colorida de alta resolução embutida. Este modelo promete transformar a interação diária, permitindo visualizar mensagens, fazer videochamadas, ler legendas ao vivo e até pré-visualizar fotos diretamente no campo de visão, tudo controlado por uma inovadora pulseira neural.
A tela do Meta Ray-Ban Display, com 600×600 pixels e 90 Hz, está localizada no canto inferior direito da lente direita, oferecendo um brilho impressionante de até 5.000 nits. A interação é gerenciada pela Meta Neural Band, que utiliza eletromiografia (EMG) para interpretar gestos das mãos, possibilitando rolar menus, clicar e até digitar sem tocar nos óculos. Equipado com câmera de 12 MP para fotos e vídeos (1440×1920 pixels a 30 FPS), cinco microfones e alto-falantes estéreo para comandos de voz com a Meta AI, o óculos oferece seis horas de bateria (30 horas com o estojo). O preço nos EUA é de 799 dólares, com vendas a partir do dia 30, mas sem previsão para o Brasil.
Além do modelo com tela, a Meta também apresentou a segunda geração dos Ray-Ban Meta Smart Glasses. Este modelo atualizado dobra a autonomia da bateria para oito horas (48 horas com estojo) e aprimora a câmera ultrawide de 12 MP para gravação de vídeos em 3K a 60 FPS. Incorpora ainda traduções em tempo real (incluindo português) e um modo de “foco em conversação” para otimizar o áudio em ambientes barulhentos. Com preço inicial de 379 dólares, esta segunda geração será lançada no Brasil “em breve”.

Com foco esportivo, o Oakley Meta Vanguard é uma nova colaboração. Projetado para alta intensidade, ele possui certificação IP67 (resistência a água e poeira), câmera de 12 MP para vídeos 3K, bateria de nove horas (36 horas com estojo) e integração com apps de fitness como Garmin e Strava. Custando 499 dólares, este modelo também chegará ao Brasil. Durante o evento, a Meta também revelou novidades para o Meta Quest, como o recurso Hyperscape e o Horizon TV Hub.
Retrospecto ruim
A trajetória dos óculos inteligentes é marcada por tentativas anteriores, como o Google Glass de uma década atrás, que não alcançaram sucesso comercial. Contudo, a parceria Meta-EssilorLuxottica revitalizou o mercado, com a Meta liderando o segmento e triplicando vendas no primeiro semestre de 2025. A empresa prevê uma evolução contínua, com o projeto Hypernova (display monocular) para 2025 e a Hypernova 2 (displays binoculares e AR imersiva) para 2027, visando uma transição gradual para a Realidade Aumentada. A promessa é de funcionalidades de smartphone sem as mãos, através de IA, incluindo ligações, fotos, vídeos, traduções e navegação, tornando a tecnologia um complemento poderoso e, no futuro, talvez um substituto para os smartphones.
Apesar da visão otimista de Mark Zuckerberg de que os smartglasses superarão os smartphones até 2030, analistas mantêm a cautela, apontando para um mercado ainda significativamente menor. Desafios como privacidade, autonomia de bateria, custo e a necessidade de aceitação em massa persistem. No entanto, a constante inovação e a aposta em IA e interfaces avançadas sugerem que os óculos inteligentes estão no caminho de se tornarem uma parte integral e imersiva do nosso dia a dia.