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Rússia se diz ‘pronta’ para ajudar Venezuela em caso de crise militar com EUA

A Rússia está “está pronta para atender os apelos da Venezuela por ajuda” se as tensões com os Estados Unidos escalarem para uma crise militar, advertiu a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova, nesta sexta-feira, 7. Questionada sobre rumores de que os EUA têm três planos prontos de intervenção no território venezuelano, ela afirmou que Moscou está em contato constante com Caracas e que “qualquer escalada só leva a problemas ainda maiores”.

“Existem táticas diferentes; existem maneiras diferentes de fazer as coisas, mas é óbvio que o que vários observadores, especialistas e figuras de diversas estruturas americanas estão dizendo é que essa agressão direta levará a um agravamento da situação, em vez de resolver esses problemas”, disse.

Zakharova também criticou a histórica postura dos EUA em tentar “resolver um conflito pela força ou lutar contra a manifestação do mal global”, citando exemplos no Oriente Médio e no norte da África. Ela argumentou que a interferência dos Estados Unidos ao redor do mundo acabou por agravar problemas regionais e criar novas dores de cabeça para Washington.

A declaração ocorre poucos dias após vice-presidente da comissão parlamentar de Defesa da Rússia, Alexei Zhuravlyov, adiantar que “os americanos podem ter algumas surpresas” sobre o possível envio de armas da Rússia para a Venezuela. Em entrevista ao portal de notícias russo Gazeta.Ru., ele afirmou que não enxergava “obstáculos para fornecer a um país amigo novos desenvolvimentos como o míssil Oreshnik ou, digamos, os mísseis Kalibr, que já provaram ser eficazes”.

Segundo o Kremlin, o míssil Oreshnik tem capacidade de atingir qualquer alvo na Europa em menos de uma hora se lançado da Rússia ou de Belarus. Ele foi usado pela primeira vez na cidade de Dnipro, na Ucrânia, em novembro do ano passado. Na ocasião, o presidente russo, Vladimir Putin, alegou que o míssel foi empregado como uma retaliação ao uso ucraniano de armamento de longo alcance proveniente dos EUA e do Reino Unido, incluindo mísseis Storm Shadow, no campo de batalha.

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Na semana passada, o jornal americano The Washington Post informou que o ditador venezuelano, Nicolás Maduro, teria pedido ajuda à Rússia para que reforçasse as defesas aéreas de Caracas. Em carta a Putin, o líder do regime chavista teria explicado que os caças russos Su-30MK2 eram “o mais importante instrumento de dissuasão que o governo nacional venezuelano possuía diante da ameaça de guerra”, além de ter solicitado a aquisição de 14 conjuntos de mísseis, de acordo com o WP. Maduro também teria tentado recorrer à China e ao Irã.

+ VÍDEO: EUA anunciam novo ataque a barco no Caribe; número de mortos sobe para 70

Tensão no Caribe

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, anunciou nesta sexta-feira, 7, um novo ataque a um suposto barco de narcotráfico no Caribe. O bombardeio matou os três tripulantes a bordo, subindo o número total de mortos da campanha militar americana na região para 70. Até o momento, as forças americanas atacaram ao menos 18 embarcações no Caribe e no Pacífico — entre elas, 17 barcos e um “narco-submarino” — sob alegações de que transportavam drogas para os EUA ou que representavam uma ameaça ao país.

Dados das Nações Unidas enfraquecem o discurso do governo do presidente Donald Trump. O Relatório Mundial sobre Drogas de 2025 indica que o fentanil — principal responsável pelas overdoses nos EUA — tem origem no México, e não na Venezuela, que praticamente não participa da produção ou do contrabando do opioide para território americano.  O documento também aponta que as drogas mais usadas pelos americanos não têm origem na Venezuela — a cocaína, por exemplo, é consumida por cerca de 2% da população norte-americana e vem majoritariamente de Colômbia, Bolívia e Peru.

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Destróieres com mísseis guiados, caças F-35, um submarino nuclear e cerca de 6.500 soldados foram despachados para a região, enquanto o presidente Donald Trump intensifica o jogo de quem pisca primeiro com o governo venezuelano. Na semana passada, o republicano revelou que havia autorizado a CIA a conduzir operações secretas dentro da Venezuela, aumentando as especulações em Caracas de que Washington quer derrubar o presidente Nicolás Maduro.

Fontes próximas à Casa Branca afirmam que o Pentágono apresentou a Trump diferentes opções, incluindo ataques a instalações militares venezuelanas — como pistas de pouso — sob a justificativa de vínculos entre setores das Forças Armadas e o narcotráfico. Os EUA acusam Maduro de liderar o Cartel de los Soles e oferecem uma recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à captura do chefe do regime chavista. O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, também foi acusado por Trump de ser “líder do tráfico de drogas” e “bandido”.

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