A Ucrânia sofreu, na madrugada desta sexta-feira, 3, o maior ataque contra sua infraestrutura de gás desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022. De acordo com a estatal Naftogaz, ondas de mísseis e drones disparados por Moscou danificou gravemente instalações de produção no nordeste e centro do país, deixando milhões sem eletricidade e aquecimento em temperaturas abaixo de zero.
Segundo a companhia, parte das estruturas foi destruída de forma crítica, enquanto autoridades relataram apagões em várias regiões. O Kremlin afirmou que o alvo era o complexo “militar-industrial” da Ucrânia em ataques combinados de mísseis e drones.
Ao todo, cerca de 35 mísseis e 60 drones foram lançados contra instalações nas regiões de Kharkiv e Poltava, informou a Naftogaz. “Infelizmente, nem todos foram interceptados. Os danos são significativos e, em alguns pontos, críticos”, disse Sergiy Koretsky, presidente da estatal. O Ministério da Energia confirmou cortes de luz em diversas áreas, sem dar detalhes.
O episódio lembra o inverno de 2022-2023, quando ataques maciços russos mergulharam grande parte da Ucrânia em apagões prolongados. No ano passado, o Tribunal Penal Internacional emitiu mandados de prisão contra o então ministro da Defesa russo e o comandante do Exército por considerar os bombardeios contra a rede energética crimes de guerra.
Kiev tem respondido com ofensivas de longo alcance a refinarias em território russo. Nesta sexta-feira, fontes do serviço de segurança ucraniano afirmaram ter atingido uma instalação na região de Orenburg, a 1.400 quilômetros da linha de frente. Vídeos não verificados mostram um drone colidindo contra o complexo e uma coluna de fumaça cinzenta no céu. O governador local confirmou que um “equipamento industrial” foi atingido, sem dar mais detalhes.