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Rússia e Belarus ensaiam uso de armas nucleares durante exercício militar conjunto

Rússia e Belarus realizaram simulações de ataques nucleares durante o exercício conjunto Zapad-2025, encerrado nesta terça-feira, 16. A informação foi compartilhada pelo presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, segundo a agência de notícias estatal Belta.

“Estamos praticando tudo lá. Eles (os países ocidentais) também sabem disso, não estamos escondendo. De disparar armas leves convencionais até ogivas nucleares. Mais uma vez, precisamos ser capazes de fazer tudo isso”, afirmou o mandatário, antes de acrescentar: “Mas não estamos planejando ameaçar ninguém com isso”.

Segundo o Ministério da Defesa de Belarus, o uso de armas nucleares táticas, projetadas para destruir áreas específicas sem espalhar radioatividade de forma generalizada, foi ensaiado junto ao uso de um míssil balístico russo conhecido como Oreshnik. O armamento desenhado para guerras nucleares já foi utilizado na Ucrânia, porém sem carga atômica.

No final do ano passado, o presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que o Kremlin poderia instalar Oreshniks em território bielorrusso no segundo semestre de 2025. De acordo com o mandatário, as ogivas são à prova interceptações.

As atividades militares aumentam a pressão no Leste Europeu, uma vez que iniciaram dias após a Polônia, membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), derrubar uma dezena de drones russos que invadiram seu espaço aéreo. O episódio irritou Varsóvia, que convocou uma reunião emergencial com a aliança ocidental e fechou temporariamente sua fronteira com Belarus.

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Estado-satélite

Comandado com mão de ferro por Lukashenko desde 1994, Belarus é um dos mais próximos aliados da Rússia. Localizado ao norte da Ucrânia, o país foi utilizado pelo exército russo como plataforma de lançamento da invasão à Ucrânia em 2022, mas as forças militares de Belarus não entraram em campo durante o conflito.

O país também faz fronteira com Estados-membros da Otan — como Polônia, Letônia e Lituânia — e serve de plataforma para armas nucleares táticas russas. Para além disso, Minsk tem trabalhado para renovar e colocar em funcionamento suas instalações de armazenamento nuclear da era soviética.

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Jogos de guerra

Os exercícios Zapad (“Ocidente”, em tradução livre) foram criados para testar as capacidades militares de Moscou e Minsk. Eles acontecem a cada quatro anos desde 2009. Nesta edição, simularam a invasão de Belarus por forças da Otan, com nomes fictícios atribuídos às facções presentes no treinamento, e subsequente retomada do território.

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Os jogos de guerra começaram na sexta-feira 12 e duraram cinco dias. Além dos exercícios com armas nucleares táticas, o Ministério da Defesa da Rússia afirmou que as tropas ensaiaram o lançamento de mísseis de cruzeiro através do Mar de Barents, localizado na fronteira com o Oceano Ártico, ao norte dos países escandinavos.

Para analistas militares ocidentais, o Zapad é projetado para intimidar os países europeus. A edição deste ano foi a primeira a ser realizada desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, e o Kremlin convidou oficialmente observadores americanos para acompanhar as manobras, em um gesto simbólico à renovada relação com os Estados Unidos de Donald Trump.

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