Em discurso amplo e aguardado na Assembleia Geral das Nações Unidas, neste sábado, 27, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou que seu país não tem intenção de atacar países membros da União Europeia ou da Otan. A mensagem veio depois de novas invasões de drones ao espaço aéreo dinamarquês, na sexta-feira à noite. A Estônia e Polônia também acusaram os russos de terem violado divisas no país. Moscou nega manobras ofensivas. De fato, não há provas que as aeronaves não tripuladas sejam russas. O ministro advertiu enfaticamente que qualquer agressão a seu país “será respondida de forma decisiva”.
Não faltaram crítica ao Ocidente. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chegou a incentivar que países da Otan deveriam abater aviões russos em seu espaço aéreo, enquanto países membros ameaçavam que usariam “todas as ferramentas militares e não militares necessárias” para se defenderem. Como bom jogador que é, Trump também mudou de posição sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia ao afirmar que a capital Kyiv pode “recuperar toda a Ucrânia em sua forma original”.
Em resposta, Lavrov passou seu recado a Trump:“Nas abordagens da atual administração dos Estados Unidos, vemos um desejo não apenas de contribuir para formas de resolver de maneira realista a crise ucraniana, mas também de desenvolver uma cooperação pragmática sem adoção uma postura ideológica.”
O ministro russo também criticou Israel, dizendo que, embora a Rússia condene os ataques do Hamas de 7 de outubro de 2023, não há “justificativa” para os “assassinatos brutais” de palestinos em Gaza, nem para planos de anexar a Cisjordânia. Colocou na mesa os números das baixas de ambos os lados. Pelo menos 65.926 pessoas foram mortas por ataques israelenses, de acordo com o Ministério da Saúde, de Gaza. No ataque de 7 de outubro, lembrou que morreram 12 mil pessoas e 251 viraram reféns. Também condenou a agressão israelense contra outros países do Oriente Médio, que ameaçaria “explodir” a região. Lavrov questionou o atraso de países, como o Reino Unido e a França, em reconhecer o Estado palestino, dizendo que esperaram tanto tempo até “que não houvesse mais ninguém e nada a reconhecer”.
Leia:
+https://veja.abril.com.br/mundo/nova-invasao-de-drones-e-detectada-na-dinamarca/
+https://veja.abril.com.br/mundo/trump-muda-tom-e-diz-que-ucrania-pode-recuperar-territorios-tomados-pela-russia/