Um tribunal militar russo condenou nesta quinta-feira, 27, oito homens à prisão perpétua por participação no ataque que explodiu parte da estratégica ponte de Kerch, que liga a Rússia à Crimeia, em outubro de 2022. A bomba, escondida em um caminhão de carga, destruiu parcialmente a estrutura e deixou cinco mortos, incluindo o motorista do veículo.
A ponte de dezenove quilômetros, inaugurada por Vladimir Putin em 2018, é considerada um dos símbolos do domínio russo sobre a Crimeia, anexada em 2014. Além de seu peso político, ela se tornou crucial para o abastecimento das tropas russas, razão pela qual Kiev, que assumiu a autoria do ataque por meio do Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU), afirmou que o alvo era uma rota militar estratégica.
Os oito acusados foram julgados por terrorismo em um processo realizado a portas fechadas. Todos negaram envolvimento e alegaram que desconheciam a carga explosiva. Entre eles está Oleg Antipov, chefe de uma empresa de logística, que disse ter cooperado com as autoridades, passado por teste de polígrafo e que nenhum testemunho o incriminou.
A defesa alega que o tribunal impediu medidas essenciais para comprovar a inocência dos réus e já anunciou que vai recorrer.
Segundo promotores russos, os explosivos estavam escondidos em cilindros de metal dentro de rolos de filme plástico e foram contrabandeados por terra através da Bulgária, Armênia e Geórgia, até chegar à Rússia. As autoridades sustentam que os acusados faziam parte de um grupo organizado que ajudou a Ucrânia a executar o atentado.
O ataque de 2022 não foi o único. Em julho de 2023, a ponte foi alvo de drones marítimos que danificaram parte da estrutura. Já em junho deste ano, o serviço secreto ucraniano afirmou ter detonado explosivos subaquáticos nos pilares da construção, comprometendo seriamente seus alicerces.