A Rússia lançou centenas de drones contra Kiev na madrugada desta quinta-feira, 10, marcando a segunda noite consecutiva de duros ataques contra a Ucrânia. Ao menos duas pessoas morreram, incluindo uma policial de 22 anos, e mais de dez ficaram feridos, segundo autoridades locais.
Embora Moscou já venha intensificando ataques aéreos contra território ucraniano nas últimas semanas, a operação desta quinta-feira pode ser sinal de uma mudança de tática, com objetivo de sobrecarregar ainda mais as já exaustas defesas aéreas ucranianas. Durante o ataque, a Rússia lançou centenas de drones e mísseis de todas as direções — alguns dos projéteis contornaram a capital antes de mudarem abruptamente de direção e voltarem em alta velocidade à cidade, dificultando a interceptação.
O ataque durou mais de 10 horas, com mais de 400 drones e 18 mísseis lançados pela Rússia, incluindo oito mísseis balísticos, segundo o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que disse se tratar “de um claro aumento do terror”.
Na quarta-feira, a Rússia já havia feito seu maior ataque de drones desde o início de sua invasão ao país vizinho, em fevereiro de 2022, lançando lançando 728 drones e 13 mísseis. O ataque foi tão intenso que a vizinha Polônia despachou aeronaves suas e de aliados para garantir a segurança de seu espaço aéreo.
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A cidade ucraniana de Lutsk, a cerca de 200 km da fronteira polonesa, foi o principal alvo da ofensiva, disse Zelensky, listando outras dez províncias na Ucrânia onde também foram relatados danos. Moradores de Kiev e outras grandes cidades passaram a noite em abrigos antiaéreos, incluindo estações de metrô.
O líder ucraniano argumentou que a agressão contínua dos russos é “mais uma prova da necessidade de sanções — sanções severas contra o petróleo, que vem abastecendo a máquina de guerra de Moscou com dinheiro há mais de três anos”.
“Nossos parceiros sabem como fazer pressão de forma a forçar a Rússia a pensar em encerrar a guerra, e não em lançar novos ataques. Todos que desejam a paz devem agir”, ele completou.
Trump disse na terça-feira que estava considerando apoiar um projeto de lei que imporia sanções severas à Rússia, incluindo tarifas de 500% sobre países que comprassem petróleo, gás, urânio e outras exportações russas.
“Putin mente muito… Ele é muito legal o tempo todo, mas no fim das contas não tem importância”, disse Trump em uma reunião de gabinete na Casa Branca.
Moscou minimizou as duras palavras do presidente americano e o porta-voz do Kremlin disse que a Rússia vai reagir “com calma” às críticas.
“Trump, em geral, tende a usar um estilo e expressões bastante duros”, disse Dmitry Peskov, acrescentando que Moscou espera continuar o diálogo com Washington. O secretário de Estado americano, Marco Rubio, deve se encontrar com o chanceler russo, Sergey Lavrov, às margens de uma cúpula na Malásia, nesta quinta-feira.