Ao longo de seis décadas de carreira, Robert Redford, que morreu nesta terça-feira 16, aos 89 an0s, estrelou alguns dos maiores clássicos do cinema americano, mas também, meio que sem querer, ajudou a construir um manual visual de estilo masculino que ainda ecoa na moda.
Dos cowboys de jeans em “Butch Cassidy and the Sundance Kid” (1969) aos ternos risca de giz de “O Grande Gatsby” (1974), passando pelo jornalista de tweed de “Todos os Homens do Presidente” (1976) ou o milionário cheio de estilo de “Proposta Indecente” (1993), o ator foi transformando personagens em arquétipos de elegância, de descontração e, claro, do homem rústico e pegada sexy.
Seu impacto foi tão grande, que até hoje estilistas como Ralph Lauren continuam revisitando esse imaginário de estilo americano do ator. O western sofisticado, o veludo cotelê com cara de intelectual, o sobretudo de agente secreto: todos remetem a Redford.
Mas de onde vinha a força de seu estilo já que ele não se esforçava pela moda ou aparência? Justamente da naturalidade. Bonito, mas sem o ar inalcançável de outros galãs, exibia cabelos desordenados, pele marcada pelo tempo e uma elegância que não dependia em nada de ostentação. Esse realismo acabou se tornando aspiracional: homens comuns queriam se vestir como ele, e designers transformaram essa simplicidade em referência estética.
Mesmo avesso a falar de moda, Redford consolidou-se como um ícone. Sua recusa em se assumir como tal só reforçava a autenticidade — qualidade que, no universo fashion, vale tanto quanto qualquer tendência. Hoje, rever seus filmes é revisitar não só o cinema, mas também uma das mais duradouras colaborações entre Hollywood e a moda – mesmo que de forma absolutamente velada.




