Presidente do Senado, Davi Alcolumbre avalia que foi positiva a primeira conversa com integrantes do governo Lula, depois de o STF ter marcado uma reunião de conciliação para resolver a crise do IOF.
Nesta terça, Alcolumbre se reuniu com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad e com a chefe da articulação política do Planalto, Gleisi Hoffmann. Presidente da Câmara, Hugo Motta também participou do encontro.
“Foi uma boa reunião. Importante para a retomada do diálogo”, diz Alcolumbre ao Radar.
Nos últimos dias, o presidente Lula travou uma batalha verbal com o chefe da Câmara, Hugo Motta. O paraibano foi acusado pelo petista de descumprir acordos e fazer o jogo da oposição ao derrubar o aumento de imposto instituído pelo governo para tentar fechar as contas dos gastos da máquina federal.
Sem base parlamentar para fazer valer seus interesses no Congresso, Lula decidiu acionar o STF para reverter a derrota sofrida no Legislativo. O petista não conseguiu revalidar o aumento de imposto, mas obteve uma vitória no Supremo a partir da decisão do ministro Alexandre de Moraes, que determinou a retomada de diálogo sobre o IOF numa mesa de conciliação.
A reunião entre os chefes do Legislativo e os ministros de Lula, nesta terça, teve o objetivo de iniciar essa discussão, para que as partes cheguem ao Supremo já com algum entendimento.
Na conversa, Haddad e Gleisi ponderaram que a derrubada do decreto de Lula, sem um argumento concreto para isso, na avaliação deles, tinha como resultado a desmoralização dos poderes do presidente da República, já que, a prevalecer essa lógica, o Congresso poderia, por simples vontade, derrubar qualquer outra decisão do petista no Planalto.
Além de garantir arrecadação, a luta pelo aumento do IOF teria, portanto, o papel de reafirmar os poderes de Lula, que teria, nas palavras dos ministros “a prerrogativa exclusiva” de alterar as alíquotas do imposto.
Ainda que a conversa tenha ocorrido num clima amistoso, o ambiente no Legislativo está longe de ser de pacificação. Líderes partidários de oposição e do centro defendem que o governo encontre outras formas de equilibrar as contas, sem pendurar o peso da gastança da gestão petista nas costas do contribuinte.
Nesse caminho, tanto Alcolumbre quanto Motta têm sindo pressionados por aliados a marcar posição sobre o tema.