Três astronautas chineses tiveram de adiar o retorno à Terra por tempo indeterminado após sua espaçonave ser atingida por um detrito, anunciou a Agência Espacial Tripulada da China (CMSA, na sigla em inglês) nesta quarta-feira, 5, data em que estava programada a volta ao planeta. O trio viajou para a estação espacial Tiangong em abril como parte da missão Shenzhou-20, com previsão de duração de seis meses. A tripulação da Shenzhou-21, que substituirá os astronautas, já havia chegado à base no fim de semana anterior.
“Suspeita-se que a espaçonave tripulada Shenzhou-20 tenha sido atingida por um pequeno fragmento de detrito orbital, e a avaliação do impacto e dos riscos associados está em andamento”, disse a CMSA em comunicado, sem informar quando o incidente aconteceu. “Para garantir a saúde e a segurança dos astronautas e o sucesso da missão, foi decidido que o retorno da Shenzhou-20, originalmente planejado para 5 de novembro, será adiado.”
No início da semana, a mídia estatal chinesa compartilhou nesta terça-feira, 4, que as duas equipes tinham desfrutado de uma refeição com frango assado, preparado no primeiro forno levado ao espaço. Chen Dong, Chen Zhongrui e Wang Jie também entregaram as chaves da estação espacial chinesa à nova tripulação. Não havia, até então, qualquer sinal de problemas.
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Plano B
Yu Jun, um comunicador científico e aeroespacial que publica sob o pseudônimo de Steed’s Scarf, disse que é possível que a China ative um plano de contingência e envie uma nave reserva caso avalie que o estrago tenha sido grande. Segundo ele, já há dois veículos espaciais prontos para serem acionados.
“A Shenzhou-22 e o foguete Longa Marcha 2F já estavam em prontidão. Este é o nosso mecanismo de backup rotativo. Eles estão em modo de ‘serviço de emergência’ e prontos para trazer nossos astronautas de volta para casa em segurança, se necessário”, disse Yu a mais de 5 milhões de seguidores na rede social chinesa Weibo.
A China tem investido e progredido de forma constante com o seu programa espacial. Até o momento, foram realizados 37 voos, dos quais seis foram tripulados. A expectativa do gigante asiático é levar o homem à Lua até 2030, em uma “nova corrida espacial”, como definiu a NASA ainda em 2023.