Em abril, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, divulgou uma lista com países cujas mercadorias seriam submetidas a tarifas exorbitantes ao aportar em solo americano. A medida teve como justificativa “corrigir o déficit comercial” com parceiros, mas deve afetar até as relações superavitárias para os EUA. A entrada em vigor das tarifas foi adiada por noventa dias para que governos mundo afora tivessem tempo para negociar acordos bilaterais com Washington, e o prazo está acabando: o “tarifaço” entrará em vigor no dia 1º de agosto.
As tarifas impostas variam de uma porcentagem mínima de 15% até o máximo de 50%, alíquota com a qual o Brasil, alvo recente do governo americano, foi ameaçado. Faltando 9 dias para a medida ser aplicada, somente cinco países fecharam acordos com os Estados Unidos: Reino Unido, Vietnã, Indonésia, Filipinas e Japão.
Reino Unido
Os britânicos foram os primeiros a assinar um novo trato com o governo Trump. Em maio, os aliados históricos dos Estados Unidos chegaram a um acordo que reduz as tarifas de importação americanas para os setores aeroespacial e automotivo do Reino Unido. Por outro lado, uma cota passou a permitir que até 100 mil carros britânicos ingressem nos Estados Unidos, pagando uma alíquota reduzida de 10%.
Vietnã
No início de julho, o Vietnã acertou com Washington uma redução de 46% para 20% das taxas americanas sobre as exportações da nação asiática. Autoridades vietnamitas também pediram o reconhecimento do país como economia de mercado e a isenção de restrições à exportação de tecnologia de ponta.
Enquanto isso, segundo Trump, produtos americanos, especialmente SUVs, teriam entrada liberada no mercado vietnamita.
Indonésia
A Indonésia fechou um acordo com os Estados Unidos na terça-feira 22. O país vai reduzir a zero as tarifas para mais de 99% dos produtos americanos, enquanto a gestão Trump reduziu as taxas sobre mercadorias de Jacarta de 35% para 19%.
Filipinas
Um cenário semelhante ocorreu nas negociações entre americanos e filipinos, que também aconteceram na terça. Enquanto produtos oriundos dos Estados Unidos não serão taxados no país, a produção proveniente das Filipinas será exposta a uma alíquota de 19% para entrar em território americano.
Japão
Os japoneses foram os últimos a fechar um acordo com o governo Trump, também na terça-feira. O governo nipônico acordou que as tarifas de importação sobre seus produtos serão fixadas em 15% – substituindo a alíquota anterior de 25%. Para tal, o país se comprometeu em investir US$ 550 bilhões nos Estados Unidos.
E agora?
As negociações seguem ocorrendo, com destaque para as conversas envolvendo a União Europeia. Segundo a agência de notícias Reuters, diplomatas do bloco afirmaram que um acordo comercial que reduziria as tarifas sobre produtos europeus a 15% estava próximo de se materializar.
No caso brasileiro, o Itamaraty alega estar encontrando dificuldades para encontrar um canal oficial de negociação com o governo americano. Brasília enviou duas cartas com propostas de negociação para Washington, mas não recebeu qualquer retorno. O cenário aumenta o temor de que haja a efetivação plena das tarifas no início de agosto.