Ex-secretária da cultura de Jair Bolsonaro, Regina Duarte compartilhou neste domingo, 31, uma colagem com uma imagem do ex-presidente em sua casa e recortes que abordam a “vigilância em tempo integral” do político em prisão domiciliar. “A moda agora parece que é vitimizar a concorrência”, escreveu ela na colagem. Na legenda, a atriz foi enigmática. “Você consegue entender o que eu quero significar com o texto acima?”, questionou ela.
Nos comentários da própria publicação, Regina abraçou de vez o discurso bolsonarista ao atestar que o ex-presidente sofre uma “perseguição cruel”, dividindo os seus seguidores. “Que pena você defender este homem”, escreveu uma usuária da rede. “A verdade é que o sistema quer prendê-lo, e intimidar a todos”, escreveu outro seguidor. “E não podemos esquecer, entre outras, a tonelada de injustiças do 8 de janeiro”, respondeu Regina, se referindo às prisões feitas na invasão ao Congresso Nacional. “Continue a pintar seus quadros que é melhor”, atestou outro perfil.
Esse não é o primeiro aceno que Regina Duarte faz ao discurso bolsonarista recentemente: na semana passada, a atriz compartilhou na rede social o vídeo de um rabino que diz que o Brasil “faz por merecer todas as sanções” impostas por Donald Trump, e responsabiliza o governo atual pelo tarifaço ao atestar que Lula “zomba” e “afronta” a “maior potência do mundo”. “Fico muito triste de ter que concordar com este cavalheiro. Mas você concorda comigo que o povo brasileiro merece mais respeito?”, escreveu ela na legenda.
Acusado de ter praticado os crimes de organização criminosa armada, golpe, tentativa de abolição do Estado Democrático, dano qualificado e ameaça, Jair Bolsonaro é apontado pela Procuradoria-Geral da República como o líder de um grupo criminoso que, de forma orquestrada, difundiu inverdades sobre a segurança das urnas eletrônicas para gerar instabilidades, utilizou de representantes diplomáticos estrangeiros para reverberar a tese de fraude, deu ordens a integrantes do antigo governo para partir para cima da Justiça Eleitoral e se reuniu pessoalmente com a cúpula militar para colocar de pé a insurreição.
Em prisão domiciliar desde 4 de agosto, depois de descumprir uma série de determinações do STF, Bolsonaro assumirá o banco dos réus a partir desta terça-feira, 2, quando começa o julgamento da trama golpista. O veredicto do capitão deve sair na sexta-feira, 12. Se condenado às penas máximas e com os agravantes defendidos pelo procurador-geral Paulo Gonet, o ex-presidente pode receber uma sentença de até 43 anos de prisão.