A Coreia do Norte acusou a vizinha Coreia do Sul e os Estados Unidos de desencadearem um “efeito dominó nuclear” devido ao recente anúncio de uma parceria entre os dois países para o desenvolvimento de submarinos de propulsão atômica. De acordo com informações divulgadas pela agência KCNA nesta terça-feira, 18, regime de Kim Jong-un considera que o pacto “expôs a ambição” de Seul sobre possuir armas nucleares.
“A posse de submarinos nucleares pela Coreia do Sul é uma manobra estratégica para a sua própria militarização nuclear, o que certamente provocará um efeito dominó nuclear na região e desencadeará uma acirrada corrida armamentista”, disse o comunicado da KCNA.
Divulgado oficialmente na última sexta-feira 14, o acerto também prevê o compromisso de desarmar o arsenal atômico de Pyongyang, o que parece ter desagradado profundamente o regime de Kim. Além disso, uma série de exercícios militares conjuntos entre Seul e Washington realizados na última semana foi vista como uma ameaça à segurança norte-coreana, elevando as tensões na região.
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O que diz Seul
A porta-voz do gabinete presidencial da Coreia do Sul, Kan Yu-jung, se manifestou nesta terça, afirmando que Seul não tem qualquer intenção hostil ou de confronto em relação ao vizinho do norte, e que os acordos firmados com os Estados Unidos têm somente o objetivo de proteger seus interesses de segurança nacional.
O desenvolvimento dos submarinos nucleares era um desejo antigo de Seul. De acordo com o presidente sul-coreano, Lee Jae Myung, as embarcações são fundamentais para a manutenção da segurança na região, sendo utilizadas como salvaguarda e dissuasão contra as forças navais da China e contra a vizinha Coreia do Norte, que possui armas atômicas e está empenhada em fabricar seus próprios submarinos nucleares.
Na segunda-feira 17, Seul propôs, pela primeira vez em sete anos, a possibilidade de negociações militares com a vizinha do norte, buscando evitar confrontos na fronteira das Coreias. Porém, não houve resposta por parte de Pyongyang. Nas últimas semanas, o presidente americano, Donald Trump, também demonstrou interesse em retomar as conversas com o regime Kim, mas não recebeu nenhum aceno de volta.