O Mercado, programa da VEJA apresentado por Veruska Donato, destacou na edição desta quinta, 4, o aumento da tensão entre Estados Unidos e Venezuela — um cenário que, segundo economistas, pode trazer efeitos imediatos para o Brasil. A repatriação de 266 venezuelanos, enviada por Washington e recebida no aeroporto internacional Simón Bolívar, marcou um recuo tático de Donald Trump após ter ameaçado fechar totalmente o espaço aéreo venezuelano (este texto resume o vídeo acima).
A mudança de tom coincide com o telefonema entre Trump e Nicolás Maduro, revelado pelos dois governos. O venezuelano afirmou ter ouvido do americano uma conversa “respeitosa e cordial” e voltou a defender “paz” com os EUA — discurso que repete enquanto tenta reduzir o clima de hostilidade.
Há risco real de invasão dos EUA à Venezuela?
Durante o programa, Veruska Donato destacou que, apesar do telefonema, Trump voltou a afirmar que não descarta uma invasão terrestre ao território venezuelano. Para o economista Fábio Louzada, esse cenário seria devastador para a economia brasileira.
“Guerra é ruim para todo mundo”, disse. “Seria uma tragédia para o mercado e um risco enorme para regiões brasileiras próximas da Venezuela, como Acre e Amazonas.”
O que estaria em negociação nos bastidores?
Louzada interpretou a escalada e o recuo de Trump como parte de um processo de barganha. Segundo ele, na lógica do presidente americano: “O ditador não aceita derrota, aceita saídas.”
O economista sugere que Maduro tenta negociar sua permanência e concessões estratégicas — especialmente envolvendo petróleo, recurso que Trump frequentemente cita como central na relação com Caracas.
A leitura é que o americano estaria buscando uma saída negociada: pressionar com ameaça militar para obter concessões econômicas e políticas, enquanto Maduro tenta sobreviver no poder, baixando o tom para evitar uma ruptura que poderia derrubá-lo.
O impacto para o Brasil
Uma eventual guerra na fronteira norte poderia gerar: fuga ainda maior de venezuelanos para o território brasileiro; instabilidade em cadeias produtivas afetadas por petróleo e logística regional; pressão adicional sobre mercados emergentes — incluindo a Bolsa brasileira — em meio a um aumento global de aversão ao risco.
Louzada resume o cenário: “Tomara que isso não caminhe para um conflito. Mas tudo dependerá da negociação.”
VEJA+IA: Este texto resume um trecho do programa audiovisual Mercado (confira o vídeo acima). Conteúdo produzido com auxílio de inteligência artificial e supervisão humana.