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Recuo do varejo deve pesar no PIB, projetam economistas

O varejo brasileiro encerrou junho com queda de 0,1% nas vendas frente a maio, terceira queda seguida, segundo o IBGE. O desempenho ficou bem abaixo das projeções citadas por economistas, que esperavam alta de até 0,8% no conceito restrito e de 0,1% no ampliado, que inclui veículos e material de construção. O varejo ampliado teve um resultado pior com queda de 2,5% no mês.

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André Valério, economista sênior do Inter, diz que resultado foi disseminado e destaca a queda em cinco das oito atividades pesquisadas, como equipamentos e material para escritório (-2,7%) e móveis e eletrodomésticos (-1,2%). “O varejo sensível à renda recuou 0,24% em junho, terceiro mês consecutivo de queda, enquanto o varejo sensível ao crédito recuou 1,95%, tendência que deve permanecer negativa à medida que o crédito se torne mais escasso e que o mercado de trabalho perca dinamismo.”

O Inter projeta que o setor deverá ter contribuição negativa para o PIB, com a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) ampliada acumulando queda de 1,7% no 2º trimestre, frente ao 1º trimestre”.

Leonardo Costa, economista do ASA,  também destaca que a mediana das projeções da Bloomberg indicava alta de 0,7% no varejo restrito. “O resultado de junho da Pesquisa Mensal de Comércio foi mais fraco do que o esperado, com queda de 0,1% nas vendas do varejo na margem. Foi o terceiro recuo seguido, com média móvel trimestral em -0,3%”. Ele também ressalta que no varejo ampliado, “a queda foi mais intensa, de 2,5%, pressionada por veículos (-6,7%), material de construção (-3,6%) e atacado de alimentos (-11,0%)”.

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Para Rafael Perez, economista da Suno Research, a fraqueza reflete a combinação de um ajuste natural após o início de ano mais aquecido e os efeitos da alta dos juros. “A recente perda de tração do varejo reflete, em parte, um processo de acomodação após o desempenho mais aquecido observado no início do ano, mas também evidencia os efeitos do aperto monetário e seus impactos sobre o crédito, além das restrições impostas pelo elevado endividamento das famílias.”

O economista avalia que a resiliência do mercado de trabalho, o pagamento de precatórios e a valorização do real podem suavizar o impacto negativo no segundo semestre, mas o ritmo tende a ser mais lento.  Ele projeta crescimento de 0,5% no PIB no 2º trimestre e expansão próxima da estabilidade no segundo semestre, “quando devemos sentir com mais força os efeitos defasados da política monetária restritiva”.

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