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Quem são os jornalistas mortos em ataque de Israel a hospital em Gaza

Um ataque de Israel ao Complexo Médico Nasser, em Khan Younis, na Faixa de Gaza, nesta segunda-feira, 25, resultou na morte de 20 pessoas, incluindo cinco jornalistas. Segundo as autoridades locais, Tel Aviv realizou duas ofensivas aéreas consecutivas ao hospital, atingindo inicialmente o quarto andar do prédio e logo em seguida disparando contra equipes de resgate que correram até o local da primeira investida.

+ Vídeo mostra instante que Israel ataca hospital em Gaza; jornalistas estão entre 20 mortos

Os cinco jornalistas mortos foram identificados como:

Hussam al-Masri

Cinegrafista contratado pela agência de notícias Reuters, Masri cobria operações de resgate e o efeito da guerra sobre civis. No momento do ataque inicial, ele coordenava uma transmissão ao vivo, interrompida subitamente após o início das explosões.

Em uma gravação publicada nas redes sociais, o jornalista descreveu a destruição em volta de Gaza: “minha casa era aqui. Minha vida era aqui. E a vida acabou depois que a ocupação destruiu tudo o que tínhamos”.

Por meio de comunicado, a Reuters disse estar “devastada” pela morte do colaborador e informou que outro profissional, o fotógrafo Hatem Khaled foi ferido no ataque. A agência de notícias pediu que as autoridades de Gaza e Israel ajudem a fornecer assistência médica urgente para Khaled.

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Mariam Abu Dagga

Repórter de 33 anos, Abu Dagga trabalhava como freelancer para a agência de notícias Associated Press e outros veículos de comunicação, como a Independent Arabia, desde o início da Guerra em Gaza. Ela tinha um filho de 12 anos.

Conhecida por produzir reportagens apresentando a realidade de crianças palestinas e como elas eram afetadas pela fome e pelos combates, a jornalista havia relatado recentemente a luta de médicos no Complexo Nasser para salvar crianças que sofriam com inanição.

A diretora de jornalismo da Associated Press para Líbano, Síria, Iraque e Turquia, Abby Sewell, definiu a profissional como uma “verdadeira heroína”.

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Em um comunicado, a AP disse estar “chocada e triste pela morte de Abu Dagga”, enquanto a Independent Arabia afirmou que ela carregou “sua câmera para o coração do campo, transmitindo o sofrimento dos civis e as vozes das vítimas com rara honestidade e coragem”.

Mohammed Salama

Fotógrafo da emissora catari Al-Jazeera, Salama era responsável por documentar os impactos humanitários do conflito em Gaza. Ele estava casado há um ano com outra jornalista palestina, Hala Asfour.

No comunicado em que confirmou a presença do fotojornalista entre os mortos, a Al-Jazeera declarou que “o sangue de nossos jornalistas martirizados em Gaza ainda não secou antes que as forças de ocupação israelenses cometessem outro crime”.

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Moaz Abu Taha

Fotojornalista freelancer especializado em coberturas em zonas de guerra, Abu Taha foi inicialmente vinculado à emissora americana NBC. No entanto, a rede negou ter o profissional entre seus prestadores de serviço, em declaração à BBC de Londres.

Ahmad Abu Aziz

Repórter vinculado aos portais Middle East Eye e Quds Feed Network, especializados em Oriente Médio, Aziz cobria o impacto dos ataques de Israel no Hospital Nasser no momento de sua morte. Ele chegou a ser socorrido com vida, mas não resistiu aos ferimentos resultantes da ofensiva e morreu.

Um ano atrás, ele descreveu sua experiência na Faixa de Gaza em um artigo para o Middle East Eye: “parecia que eu estava sozinho e o único que restava no chão, já que muitos outros colegas estavam sendo mortos”, descreveu.

Reações

O Sindicato dos Jornalistas Palestinos condenou Israel pelos ataques, afirmando que eles representam “uma guerra aberta contra a mídia livre, com o objetivo de aterrorizar jornalistas e impedi-los de cumprir seu dever profissional de expor seus crimes ao mundo”.

Segundo o grupo, mais de 240 jornalistas palestinos foram mortos por disparos israelenses em Gaza desde o início da guerra em 7 de outubro de 2023. O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) tem uma estimativa mais conservadora, de 192 profissionais da imprensa abatidos, mas ainda assim o número é quase três vezes maior que o total combinado das Primeira e da Segunda Guerra Mundial (que somaram 69 vítimas). Nas guerras do Vietnã, Camboja e Laos, foram 71; e na invasão russa à Ucrânia, que segue desde 2022, apenas 19.

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