O presidente do PL, Valdemar Costa Neto voltou a comentar declarações de Jair Bolsonaro, desta vez a respeito da frase dita pelo ex-presidente em um ato de 7 de Setembro: “Quero dizer aos canalhas que nunca serei preso”.
Em entrevista ao programa Os Três Poderes, de VEJA, ao responder a uma pergunta do colunista Matheus Leitão, Valdemar explicou quem seriam os “canalhas” mencionados por Bolsonaro. “Isso é o pessoal que comemorou ontem em Brasília a prisão dele. Teve gente comemorando a decisão do Supremo. É esse pessoal que ele se referia, esse pessoal que foi comemorar na rua”, disse.
Para o dirigente partidário, a reação popular contra o ex-presidente não difere do clima de animosidade política que também atinge o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Tem gente que odeia o Bolsonaro, e é natural, assim como nós temos gente que odeia o Lula”, acrescentou.
A fala de Valdemar ocorre no mesmo contexto em que o próprio líder do PL revelou, na mesma entrevista, que Bolsonaro recusou proposta de fuga para a Argentina e os Estados Unidos, preferindo permanecer no Brasil mesmo diante da perspectiva de longas condenações. Hoje, o ex-presidente cumpre prisão domiciliar e foi condenado a 27 anos e três meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal.
Uma condenação para a história
Reportagem de capa da semana mostra o impacto das condenações do STF. O veredicto é um marco para a Justiça brasileira. Foi a afirmação de que a lei pode e deve prevalecer sobre interesses subalternos, sejam eles políticos, econômicos ou de qualquer outra natureza. No caso do ex-presidente, também representa a confirmação de que o tribunal é capaz de suportar pressões sem se desviar de sua missão principal. Bolsonaro foi declarado culpado por quatro dos cinco ministros que atuaram no processo.
Para Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, não restou um milímetro de dúvida sobre a participação dele na maquinação de um levante no apagar das luzes de sua gestão. A principal divergência ficou por conta de Luiz Fux. O magistrado considerou que nem o STF nem a Primeira Turma eram locais adequados para julgar os acusados, disse que houve cerceamento da defesa e pediu a anulação do processo. O ministro ainda questionou a tipificação dos crimes imputados aos acusados, chamou a atenção para conclusões sem provas apontadas na denúncia da Procuradoria-Geral da República e ressaltou que não compete ao Supremo fazer juízos políticos.