Nesta semana, o assassino de Odete Roitman (Debora Bloch) em Vale Tudo será enfim revelado. Durante os últimos capítulos, o cerco se fechou em torno dos cinco principais suspeitos: Maria de Fátima (Bella Campos), Heleninha (Paolla Oliveira), Celina (Malu Galli), César (Cauã Reymond) e Marco Aurélio (Alexandre Nero) – todos com fortes motivações para cometer o crime. Nos capítulos que precederam a morte de Odete, todos os suspeitos adquiriram armas ou fizeram planos concretos de como matar a dona da TCA e deixar um álibi forte – como Marco Aurélio, que com a ajuda de Leila (Carolina Dieckmmann) bolou um esquema para ser visto dentro do quarto por um funcionário do hotel na hora da morte.
Em entrevista ao Fantástico, o elenco de Vale Tudo opinou sobre o assassino. Aguinaldo Silva, roteirista da primeira versão do folhetim, apostou que Odete não teria morrido e até Poliana (Matheus Nachtergaele) foi apontado como suspeito pelo ator Ricardo Teodoro, que interpreta Olavo.
Diante de muitos suspeitos e da possibilidade da roteirista Manuela Dias tentar surpreender o público com um assassino improvável, VEJA conversou com o perito forense Eduardo Llanos, a fim de analisar as armas de cada suspeito e entender qual deles pode, de fato, ter matado Odete Roitman.
Analisando as armas de cada suspeito, Llanos afirma que a arma usada pelo verdadeiro assassino não corresponde a nenhuma das armas adquiridas pelos suspeitos. “Pela imagem do momento do disparo, aquela não é uma arma que esteja com um silenciador adaptado, nem é uma arma com características próprias de uma pistola. (…) Todas as armas dos suspeitos que aparecem nas imagens da novela correspondem a uma pistola, não a revólver”.
A análise do perito nos leva a achar que nenhum dos cinco realmente matou Odete, mas também abre brechas para desconfiar mais de Heleninha, cuja ação no dia da morte da mãe é bastante confusa e carente de detalhes por conta da confusão mental da suspeita. Outros detalhes na cena do crime, porém, podem ser reveladores.
Analisando a cena do crime
O disparo que matou Odete foi feito a longa distância, a mais de 60 centímetros, atravessando o meio do corpo da vítima, próximo ao peito, atingindo a parede. No momento do disparo, a arma está numa posição inclinada, ocasionando um disparo ascendente.
Segundo Llanos, há um detalhe importante que não coincide com o tiro disparado: a altura do orifício na parede com a altura da vítima e do local do impacto. “Para se ter aquele orifício na parede, ela precisaria ter levado um tiro na altura do pescoço e não no meio do peito”.
Outro detalhe que chama a atenção do especialista é o sangue que mancha a roupa de Odete após o tiro. “Sabemos que a forma como se projetou o sangue seria incomum para um disparo como aquele que nós vemos na cena”. Isso significa que a cena do homicídio exibida na novela está bem longe de uma cena de crime real – ou seria essa uma pista de que Odete planejou a própria morte?
Tiro fatal (ou não)
É difícil precisar se o tiro foi fatal ou não. Segundo o perito, porém, é mais comum que as pessoas sobrevivam a tiros na região do peito e barriga do que o contrário. “Como esse é um local que está livre de alguns órgãos essenciais, como o pulmão e rim, o tiro pode não provocar a morte. É mais comum não acontecer do que acontecer, mas tudo depende se o tiro atingiu algum órgão vital”, explica.
Novo suspeito?
Um tiro ascendente, como descrito pelo perito, só poderia ser dado por alguém de baixa estatura ou em um plano inferior. “Alguém que era muito baixo ou alguém que estava sentado numa cadeira ou mesmo numa cadeira de rodas”, afirma Llanos. O único personagem que se enquadra nessas características é Leonardo Roitman (Guilherme Magon), até então descartado como suspeito por ser dependente do cuidado de terceiros. Por causa de sua condição, é difícil imaginá-lo chegando ao hotel sem ser percebido, movimentando-se sozinho até o quarto de Odete, empunhando uma arma e atirando de forma certeira na própria mãe – mas motivos ele teria de sobra.
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