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Qual o tamanho da força militar americana ao redor da Venezuela

O Estados Unidos e a Venezuela vivem a maior escalada militar em décadas, reflexo da decisão do presidente americano, Donald Trump, de enviar tropas para o Caribe e Pacífico em suposto cerco ao narcotráfico. Os EUA acusam o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, de liderar o Cartel de los Soles e oferecem uma recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à captura do chefe do regime chavista. Encurralado, Maduro recorreu ao inglês para mandar um recado a Trump na semana passada: “No crazy war”, disse, apelando para que não haja uma “guerra maluca”. Mas as tensões parecem longe de serem aplacadas.

O cerco de Trump agora conta com Trindade e Tobago, onde chegaram um destroier com mísseis guiados, o USS Gravely, o porta-aviões USS Gerald R. Ford, maior navio de guerra do mundo, neste domingo, 27. A força americana se unirá, inclusive, à nação caribenha para exercícios militares conjuntos perto da costa da Venezuela. Em paralelo, Washington também reabriu bases em Porto Rico, ilha no Caribe que pertence aos EUA, e destacou cerca de 10 mil soldados para o território.

E não parou por aí. Na última quarta-feira, 22, o republicano revelou que havia autorizado a CIA a conduzir operações secretas dentro da Venezuela. A movimentação de Inteligência ocorre em meio a uma série de ataques americanos a navios no Caribe e no Pacífico, incluindo um próximo à Colômbia. O último e décimo bombardeio ocorreu na sexta-feira, 24, e subiu o número de mortos para 43 pessoas — tripulantes que, segundo o governo Trump, eram narcotraficantes de organizações terroristas.

As explosões são conduzidas pelo Comando Sul dos EUA (Southcom, na sigla em inglês), com sede em Doral, Flórida, um dos 11 comandos unificados de combate do Departamento de Guerra dos EUA — renomeado por Trump, antes chamado de Departamento de Defesa. O Southcom supervisiona operações na América Central, América do Sul e Caribe. Para justificar o aumento da atividade militar na região, a unidade alega que tem como missão exterminar a rota de narcóticos para os Estados Unidos.

Caracas e Bogotá rejeitam as acusações sob alegações de que as pessoas a bordo eram civis inocentes. Os incidentes geraram alarme entre alguns juristas e legisladores democratas, que denunciaram os casos como violações do direito internacional, já que parte dos ataques foi realizado em águas internacionais sem ameaça iminente. Trata-se da atividade militar americana mais intensa na América Latina desde a invasão do Panamá pelos EUA em 1989. Trump, contudo, descartou uma guerra com a Venezuela.

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“Bem, não acho que vamos necessariamente pedir uma declaração de guerra”, afirmou ele na quinta-feira, 23. “Acho que vamos simplesmente matar as pessoas que estão trazendo drogas para o nosso país. Certo? Vamos matá-las.”

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Entenda o tamanho da força dos EUA na região

Para além da frota enviada a Trindade e Tobago, o governo Trump destacou o Grupo Anfíbio de Prontidão de Iwo Jima (ARG, na sigla em inglês) para o Caribe. Trata-se de uma força expedicionária da Marinha que transporta fuzileiros navais, veículos e helicópteros. O nome faz referência batalha de Iwo Jima, na Segunda Guerra Mundial (1939-1945). O grupo foi projetado e tem habilidade para desembarcar rapidamente em terra em situações de emergência ou combate.

Somado ao USS San Antonio (LPD 17) e o USS Fort Lauderdale (LPD 28), o Iwo Jima conta com 4.500 marinheiros e fuzileiros navais, incluindo 2.200 fuzileiros navais treinados para assalto anfíbio e missões de reação rápida. Eles serão reforçados por mais cinco contratorpedeiros, disse um porta-voz das Forças Armadas dos EUA à emissora árabe Al Jazeera. Até 25 de setembro, a força-tarefa do Southcom incluía 10 grandes navios de guerra e várias embarcações de apoio — entre elas, quatro navios de combate de superfície e um submarino capaz de transportar os poderosos mísseis Tomahawk, de longo alcance.

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Junte à lista os contratorpedeiros USS Jason Dunham (DDG-109), USS Stockdale (DDG-106) e USS Gravely (DDG-107) enviados à região. São navios de guerra multifuncionais, todos armados com mísseis Tomahawk e sistemas avançados antiaéreos e antissubmarinos. Há, ainda o USS Newport News (SSN-750), um submarino de ataque rápido com propulsão nuclear. O navio fornece capacidades para ataques, operações antinavio e antissubmarino, bem como fornecer informações de inteligência e reconhecimento.

Na frota aérea, há ao menos 10 caças furtivos F-35. Tratam-se de jatos que podem atacar, lutar e coletar informações, além do bônus de serem detectados pelo radar. Pilotados de forma remota, os drones MQ-9 Reaper também são usados para vigilância e ataques de precisão, com alcance de 1.851 km e velocidades de até 370 km/h (230 mph). Esses dispositivos também podem transportar até 16 mísseis Hellfire, com capacidade de atingir múltiplos alvos de uma só vez.

Eles são acompanhados pelos helicópteros de carga pesada CH-53E Super Stallions, que transportam tropas e equipamentos do navio para a costa. As aeronaves podem transportar 16 toneladas de carga por 80 km antes de precisarem retornar à base. Os aviões de patrulha P-8 Poseidon, helicópteros MH-60 Seahawk e helicópteros de ataque AC-130J fazem parte da frota no Caribe. Na manga, o Southcom também tem à disposição os helicópteros MH-60 Black Hawks e AH-MH-6 Little Bird para inserção de tropas e reconhecimento. O navio MV Ocean Trader,, que faz parte da missão na costa venezuelana, serve como base móvel avançada para essas unidades.

 

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