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Putin suaviza e diz que nunca se opôs à entrada da Ucrânia na UE, mas Otan é ‘inaceitável’

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta terça-feira, 2, que nunca se opôs à potencial entrada da Ucrânia na União Europeia, indicando que esse seria uma possível maneira de chegar a um consenso para garantir a segurança tanto de Moscou quanto de Kiev em um cenário pós-guerra. A adesão ucraniana à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), porém, continua sendo “inaceitável”, segundo comentários do chefe do Kremlin em entrevista coletiva conjunta com o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, durante visita à China.

Em algumas de suas declarações mais pacifistas desde que compareceu a uma cúpula com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no Alasca, Putin rebateu acusações da Ucrânia e de líderes europeus, segundo quem a Rússia não tem interesse em encerrar a guerra e poderia atacar outros países da Europa (inclusive membros da Otan) caso vença o conflito. Segundo o líder russo, essas são “histórias de terror” e “histeria” alimentadas por pessoas incompetentes que buscam retratar Moscou como o inimigo.

Garantias de segurança

Ao lado de Fico, único líder europeu a ser convidado por Xi para uma cúpula na China no início desta semana, Putin voltou a argumentar que a Rússia foi forçada a atacar a Ucrânia devido ao que ele chama de uma tentativa do Ocidente, com a ajuda da Otan, de tentar absorver e controlar todo o espaço pós-soviético.

“Quanto à adesão da Ucrânia à União Europeia, nunca nos opusemos a isso”, disse o presidente russo. “Quanto à Otan, esta é outra questão… Nossa posição aqui é bem conhecida: consideramos isso inaceitável para nós.”

Após a cúpula no Alasca no mês passado, em que Trump e Putin descartaram a opção de um cessar-fogo em prol de um “acordo abrangente” para encerrar a guerra, uma das principais questões em aberto (além da possível cessão de territórios ucranianos à Rússia, que Kiev rejeita) são as garantias de segurança que a Ucrânia pode obter de seus aliados para evitar potenciais invasões futuras do vizinho. Na entrevista desta terça, Putin pareceu sugerir que a adesão à União Europeia pode fazer parte desse ponto do tratado de paz.

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“Existem opções para garantir a segurança da Ucrânia em caso de fim do conflito”, disse Putin, que afirmou ter discutido o tema com Trump no histórico encontro de 15 de agosto. “E me parece que há uma oportunidade de chegar a um consenso aqui.”

A Ucrânia, por sua vez, afirma que não cabe à Rússia decidir a que blocos Kiev pode aderir, enquanto a Otan defende que a Rússia não pode ter poder de veto sobre quem entra ou não na aliança, formada em 1949 para combater a ameaça da União Soviética.

Em novo aceno a Trump, Putin afirmou nesta terça que a Rússia está pronta para cooperar com os Estados Unidos na usina de Zaporizhzhia, a maior planta nuclear da Europa. A Rússia assumiu o controle do local em março de 2022, logo após a invasão da Ucrânia. A ver que tipo de benesses isso pode gerar do lado do presidente americano, que, embora tenha alternado entre palavras duras e suaves ao se dirigir ao líder russo, se aproximou de Moscou durante as discussões sobre o fim do conflito.

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