Parlamentares petistas membros da CPMI do INSS ensaiaram uma estratégia para reagir a eventuais ataques que a oposição pode fazer ao governo Lula no decorrer dos trabalhos do colegiado que investiga o desvio de 4 bilhões de reais das aposentadorias dos idosos.
Os governistas dão como certo que os adversários tentarão explorar a ligação do irmão do presidente com um sindicato investigado no caso, com o objetivo de desgastar o Planalto.
José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, é vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), entidade que, segundo a Polícia Federal (PF), arrecadou 259 milhões de reais através de descontos, muitos sem autorização, nas aposentadorias dos idosos entre 2019 e 2024.
A ideia é contra-atacar batendo na tecla de que o escândalo foi gestado durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e que ele teria sido omisso por não ter tomado atitude nenhuma para acabar com o esquema – diferentemente do petista, em cujo governo o caso passou a ser investigado.
“Vai ser muito bom que tudo isso possa aparecer. E, na medida em que isso aparecer, a sociedade brasileira vai compreender que o esquema criminoso foi gestado no governo Bolsonaro e acabou no governo do Lula. Quem acabou com a corrupção, quem acabou com o roubo fomos nós. E quem garantiu que o dinheiro fosse devolvido para os aposentados e aposentadas foi o governo do presidente Lula”, disse o deputado federal Paulo Pimenta (PT), integrante da tropa de choque do Planalto na comissão.
“Alguém sabe de alguém do PT que tenha recebido dinheiro na campanha eleitoral do esquema criminoso na Previdência? Eu não sei. Mas eu sei de ministro da Previdência da época que teve dinheiro na conta, depositado por conta das figuras que estão envolvidas no roubo do INSS”, diz o petista, sem, por enquanto, apresentar provas da acusação.
