O PT vai realizar neste domingo, 6, as eleições internas que vão decidir quem presidirá o partido pelos próximos quatro anos. A disputa conta com quatro candidatos, mas um deles é considerado franco favorito. A expectativa é de que o ex-prefeito de Araraquara (SP) Edinho Silva vença o pleito, superando os demais adversários sem muitas dificuldades. O nome dele tem o apoio do presidente Lula, que já avisou colegas de legenda que não participará da votação, devido a problemas de agenda.
Os demais postulantes ao cargo representam outras correntes do partido. São eles: Romênio Pereira, secretário de Relações Internacionais do PT; o deputado federal Rui Falcão; e Valter Pomar, também dirigente da sigla.
Se eleito, Edinho já tem estabelecida sua prioridade maior: preparar a legenda para as eleições de 2026, de olho, é claro, na reeleição do presidente Lula, fragilizado pela queda de popularidade e empatado nas pesquisas de intenção de voto com seus principais adversários do campo conservador, como o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Ao contrário dos demais candidatos, o ex-prefeito defende que a legenda dê uma guinada ainda maior ao centro, ampliando a chamada frente ampla, que garantiu a vitória de Lula sobre Jair Bolsonaro nas eleições de 2022.
A proposta não é consensual entre os petistas. As alas mais radicais da legenda defendem justamente o contrário — criticam as alianças que o PT tem buscado fazer com partidos de centro e afirmam que a sigla precisa, na verdade, se posicionar mais à esquerda.
Essa, por exemplo, é a proposta de Valter Pomar. Em entrevistas, o dirigente petista chegou a dizer que Lula será derrotado no ano que vem caso continue tentando se aproximar dos partidos de centro-direita.
Estados estratégicos
Líder do governo na Câmara, o deputado federal José Guimarães afirmou que o foco do PT a partir da provável eleição de Edinho Silva será a formação de palanques fortes em estados estratégicos como em Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo – lugares onde o partido deve, inclusive, abrir mão de candidatura própria.
Em Minas, o PT deve apoiar o ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD). No Rio, a sigla já sinalizou que estará ao lado de Eduardo Paes (PSD) na corrida ao governo do Estado. O cenário mais complexo é em São Paulo, maior colégio eleitoral do país, onde os petistas ainda não sabem o que fazer.
O partido avalia se lançará uma candidatura própria ou se apoiará um aliado. Se optar pela candidatura própria, dois nomes são cogitados: o de Fernando Haddad, ministro da Fazenda, e de Alexandre Padilha, ministro da Saúde.