O Partido dos Trabalhadores (PT) convocou oficialmente uma manifestação nacional para o próximo domingo, 14, contra a aprovação pela Câmara do PL da Dosimetria, que permite a redução das penas do ex-presidente Jair Bolsonaro e dos demais condenados por tentativa de golpe de estado, além da aprovação no Senado da lei no Marco Temporal, que limita a demarcação de terras indígenas.
“O PT defende os interesses do povo brasileiro. É por isso que, neste domingo, a nossa militância, os movimentos populares e sindical, os partidos do campo democrático estarão nas ruas (…). Neste domingo, vamos reafirmar o nosso projeto de um Brasil que quer justiça e não quer privilégios, um Brasil que defende a democracia e os nossos direitos, que defende todos os brasileiros”, declarou o presidente do PT, Edinho Silva, em vídeo publicado nos perfis oficiais do partido nas redes sociais nesta quarta-feira, 10.
Em outro trecho, ele relembra as acusações contra o grupo que teria atuado para manter Bolsonaro no poder após a vitória de Lula. “O Congresso Nacional aprovou dois projetos que representam retrocessos gravíssimos. Na Câmara, aprovaram redução de pena para quem planejou e tentou executar um golpe contra a democracia, contra a sua vontade, contra a vontade popular expressa nas urnas. E mais: planejaram matar o presidente da República, o vice-presidente e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral. Redução de pena para assassinos? Não dá”, diz.
Mais cedo, outros nomes de peso da legenda já falavam em ir para as ruas contra as recentes aprovações do Congresso Nacional, comparando a situação ao caso da PEC da Blindagem, quando milhares protestaram nas maiores capitais do país — e conseguiram que o projeto fosse deixado de lado no Senado, após ter sido aprovado na Câmara. Entre esses nomes estavam o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), e as deputadas Maria do Rosário (PT-RS) e Benedita da Silva (PT-RJ).
O PT acredita que o projeto de dosimetria de penas dos condenados por tentativa de golpe deverá ser aprovado também no Senado, com relatoria do senador catarinense Esperidião Amin, amigo e aliado de Bolsonaro. E já preveem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetará a decisão — fazendo o projeto voltar para a Câmara e gerando desgaste político. Com o tempo, até lá, o partido aposta na rejeição popular da proposta para tentar impedir que a questão entre em vigor.
Caso não consigam evitar, o ex-presidente Jair Bolsonaro será beneficiado com a redução de sua pena de 27 anos e três meses quase pela metade — o que o leva a ter apenas dois anos e quatro meses de prisão em regime fechado (antes eram previstos quase sete anos).