A fala de William Bonner para sua saída do Jornal Nacional, dita em comunicado ao vivo nesta segunda-feira, 1, toca em um ponto essencial, independentemente da profissão: a sustentabilidade da carreira em equilíbrio com a vida pessoal. Quando o apresentador compartilhou que vinha há cinco anos conversando sobre a redução da carga horária e das responsabilidades, ele mostra também que saúde mental e longevidade profissional dependem de coragem para reconhecer limites e buscar ajustes. É assim que pensa Denise Milk, psicóloga e especialista em saúde mental no trabalho, em conversa com a coluna GENTE.
“Vivemos em uma cultura corporativa que ainda valoriza o excesso, como se trabalhar até a exaustão fosse sinônimo de comprometimento. Mas na prática a sobrecarga mina a criatividade, corrói as relações e adoece. Líderes e profissionais de alta performance, como Bonner, ao exporem essa necessidade, abrem caminho para que o tema seja discutido sem tabu: não é fraqueza, é maturidade. Esse movimento de olhar para si e redesenhar o papel é um ato de liderança exemplar. Mostra que liderar não é apenas conduzir equipes ou apresentar notícias — é também ser capaz de liderar a própria vida, de forma consciente, para continuar entregando valor sem se perder no processo. A lição que fica para as empresas e líderes é clara: precisamos criar ambientes em que seja possível renegociar responsabilidades, flexibilizar cargas e respeitar ritmos. Só assim teremos profissionais capazes de entregar resultados consistentes, mas também de viver com saúde, propósito e equilíbrio”.