O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes celebrou, em seu perfil nas redes sociais, as manifestações que preencheram ruas das capitais do país neste domingo, 21, contra a PEC da Blindagem e a anistia dos presos do 8 de janeiro. Para ele, os atos “são a prova viva da força do povo brasileiro na defesa da democracia”. Por integrar a Segunda Turma da Corte, Mendes não votou no julgamento que condenou Jair Bolsonaro e outras sete pessoas pela trama golpista. O magistrado, contudo, fez questão de marcar sua posição em defesa da decisão.
“Em diferentes momentos, registraram-se demonstrações de apoio ao Supremo Tribunal Federal, que esteve, mais uma vez, à altura da sua história, cumprindo com coragem e firmeza a missão de proteger as instituições e responsabilizar exemplarmente os que atentaram contra o Estado Democrático de Direito. Graças à atuação vigilante do STF e à mobilização da sociedade, o Brasil reafirma que não há espaço para rupturas ou retrocessos. Não por acaso, a bandeira que se estendeu nas ruas foi a do Brasil, símbolo maior da nossa soberania e da unidade nacional”, escreveu, em publicação feita na noite de domingo.
Ainda de acordo com Gilmar Mendes, “é hora de olhar adiante” e transformar o que chamou de “energia democrática”, manifestada nos atos deste domingo, em “um grande pacto nacional entre Executivo, Legislativo e Judiciário, comprometido com uma agenda de reconstrução e de futuro”. “Somente com unidade e visão de longo prazo construiremos um Brasil mais forte e verdadeiramente democrático para as próximas gerações”, conclui.
Críticas à direita
Horas depois da publicação, o magistrado foi alvo de críticas de apoiadores deo ex-presidente Jair Bolsonaro como o senador Hamilton Mourão, vice do ex-presidente durante seu mandato no Planalto. O congressista classificou o post de Gilmar Mendes como “mais um absurdo”. “Quando um ministro da Suprema Corte, sem ao menos disfarçar, celebra publicamente uma manifestação de cunho político, algo está muito errado”, escreveu.
Mendes também foi criticado por Martin De Luca, advogado do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. “ua mensagem revela exatamente por que a confiança no STF está em queda. Um juiz deve encarnar a imparcialidade. No entanto, o senhor celebra abertamente atos orquestrados pelo partido no poder, atos nos quais o próprio STF é exaltado como ator político. Isso não é independência judicial; é ativismo político”, afirmou De Luca.