Um quarto escuro em que solteiros e casados entram para ter contato sexual com conhecidos e desconhecidos – apelidado de dark room, o cômodo se tornou famoso em festas liberais, onde não há restrições para o sexo. A fama do ambiente pela liberdade que proporciona tem chamado atenção dos adeptos da prática. Em busca dessa clientela, os promoters Fernando Pimenta, 60 anos, e Fátima Pimenta, 54, organizadores do Las Vegas Swing Club, no Rio, adotaram o conceito para os eventos que acontecem na casa. Mas decidiram inovar: criaram a primeira sala escura apenas para… mulheres.
Frequentadores de festas liberais, Fernando e Fátima, à frente do clube há 7 anos, perceberam o aumento das buscas por um dark room. Na casa já existia um para todo tipo de casais; no entanto, os promoters notaram que adicionar mais um poderia apimentar o clima. Com uma sala disponível no andar debaixo da boate, transformaram o local em um “novo” quarto escuro. “Era um sex shop, mas a parceria acabou e o cômodo ficou largado. Tivemos a ideia de fazer um dark room para as mulheres, e funcionou. Muitas se consideram bissexuais, elas entram ali e se pegam”, diz Fernando à coluna GENTE.
Enquanto as mulheres acessam a salinha privada, os maridos ficam esperando, bebendo suas cervejas e observando os possíveis pretendentes para o casal. Mas, segundo Fernando, não há constrangimento por parte deles – em festas liberais, a mulher faz o contato para um possível swing ou ménage. “Existe um acordo de cavalheiros: quem se comunica são elas. Os homens não abordam numa boate liberal. Pode existir um marido ciumento com uma interpretação errada né…”.
Quando as mulheres entram no mundinho escuro da liberdade não há quase nenhuma preocupação, apenas a de encontrar uma parceira para ir até as últimas instâncias. Segundo Fernando, após o primeiro flerte, os casais vão ao segundo andar, onde estão localizados os quartos e o segundo dark room da casa, mas este sem divisão de gênero. E por que não há apenas um para os homens? Embora as festas sejam consideradas “liberais”, o meio do swing ainda não aceita totalmente relações gays. Um tabu a ser vencido. “Existe uma certa aversão ao homem sozinho, colocar muito homem na festa cria um clima pesado. É algo que não iria funcionar, porque ainda rola muito preconceito. Há casos em que tem dois homens e uma mulher; se o cara encosta a perna no outro, já rola uma coisa ruim”.