Um episódio envolvendo o advogado e professor Carlos Portugal Gouvêa, nome de destaque no meio jurídico brasileiro e docente da Faculdade de Direito da USP e da Universidade Harvard, provocou perplexidade entre colegas e alunos. Gouvêa foi detido pela polícia na vila de Brookline, em Massachusetts, nos Estasod Unidos, na última quarta-feira 1, após ser visto atirando com uma arma de chumbinho nas proximidades da sinagoga Beth Zion, localizada no mesmo bairro em que vive.
De acordo com o portal Brookline.news, que divulgou o caso no sábado 4, funcionários da sinagoga acionaram a polícia ao perceberem que o professor mirava em direção ao prédio. O incidente ocorreu em um momento de tensão crescente no país, com o aumento de episódios de antissemitismo registrados por organizações judaicas norte-americanas.
Ao ser abordado, Gouvêa teria explicado aos agentes que não se tratava de um ataque, mas de uma tentativa de “espantar ratos” que, segundo ele, infestavam a área ao redor de sua residência, vizinha ao templo religioso. Levado à delegacia, o professor prestou depoimento e foi liberado, mas deverá responder a processo em solo americano.
Quem é Carlos Portugal Gouvêa?
Carlos Portugal Gouvêa é livre-docente em Direito Comercial pela USP, doutor em Direito por Harvard e já foi pesquisador visitante em Yale, duas das universidades mais prestigiadas do mundo. Especialista em Direito Empresarial, Contratos e Governança Corporativa, ele também preside o IDGlobal, centro de estudos voltado a temas socioambientais, e integra o Fórum Nacional das Ações Coletivas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
A notícia da detenção causou espanto no meio acadêmico e jurídico, onde o professor é reconhecido por sua atuação em temas de ética, sustentabilidade e responsabilidade corporativa. Até o momento, nenhuma das universidades envolvidas se pronunciou oficialmente sobre o caso que reacende o debate sobre intolerância religiosa e antissemitismo, ainda que o professor negue qualquer motivação discriminatória. As investigações da polícia de Brookline devem esclarecer se os disparos foram, de fato, um ato isolado — ou se havia intenção de intimidação a um espaço de fé judaica.